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Usuários do Telegram serão prejudicados, mas decisão foi acertada, diz especialista

STF determinou bloqueio do aplicativo no Brasil por 'não cooperar com autoridades judiciais'

Usuários do Telegram serão prejudicados, mas decisão foi acertada, diz especialista
pessoa utilizando o aplicativo russo telegram
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O bloqueio do aplicativo russo Telegram determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal na tarde desta 6ªfeira (18.mar) é considerada uma decisão acertada, apesar de algumas ressalvas, segundo especialista. Pois, ao bloquear o aplicativo, o usuário é punido em conjunto por não poder fazer seu uso. Estima-se que no mundo Telegram tem mais de 500 milhões de usuários. No Brasil, mais da metade dos smartphones tem a aplicação.  

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O professor Marcelo Lau, coordenador do MBA em Cibersegurança da FIAP avalia que a decisão da Justiça é acertada, porém 'não garante a eficácia total'. Uma decisão como essa já aconteceu antes no país, quando o WhatsApp sofreu o mesmo tipo de penalidade em 2015 e 2016, quando sofreu quatro determinações de bloqueio por não obedecer decisões da justiça. 

"Quando nós falamos sobre bloqueio de comunicador instantâneo, nós queremos nos lembrar que o WhatsApp, por exemplo, no passado já sofreu esse tipo de penalidade onde usuários foram afetados. E aí devemos levar em consideração. Quem são os afetados né? Todos os brasileiros que utilizam o aplicativo de comunicação, seja comunicação individuais sejam comunicações de grupo, então a penalização ela acaba tendo uniforme para todos independente das contas e não só as que fazem fake news", explica.

Além disso, o especialista detalha que o Telegram já vem trazendo vários fatores, como a empresa não ter representação legal no país, cuja a sede é em Dubai (Emirados Árabes) e por não ter respondido as diversas solicitações judiciais ou de autoridades do governo sobre sua operação. 

"Então, eu entendo que essa ação ocorreu por diversos fatores o Telegram não tem aqui no Brasil um representante legal. A empresa alega que não respondeu ou não ter alguém que pudesse representar no país e alega que seu aplicativo visa atender a liberdade de expressão e todas as coisas. Mas, a gente também tem que entender que a disseminação de fake news é acaba sendo um mal da sociedade dos tempos atuais", detalha o acadêmico.

"A decisão do Alexandre Moraes foi acertada, mas ela pode também não garantir que eficácia total", avalia o professor de Cibersegurança da FIAP, Marcelo Lau | Divulgação

Burlando o sistema por VPN

Apesar da decisão judicial, isso não impede dos usuários de usarem o aplicativo, porque existem ferramentas digitais que permitem o acesso ao aplicativo, como as Redes Virtuais Privadas, ou VPNs, que são redes fechadas onde o usuário não é identificado e pode navegar na internet de forma anônima. 

"Então eu vejo que a decisão do Alexandre Moraes foi acertada, mas ela pode também não garantir que eficácia total, já que as pessoas podem burlar este bloqueio usando mecanismos como o VPN (Virtual Private Network) para poder voltar a ter acesso ao Telegram".

No entanto, Lau ressalta que há uma série de cuidados ao usar este tipo de sistema para acessar a internet, pois, o sistema que faz o uso da VPN, seja computador ou celular, fica vulnerável a ataques e pode ter problemas depois como a instalação de aplicativos espiões (spyware) ou até mesmo a invasão do dispositivo por crackers.


Telegram pode reverter a decisão

Para o professor de Cibersegurança, o aplicativo russo deve fazer alguma movimentação para reverter essa decisão da Justiça e espera que com isso também a empresa de tecnologia possa fazer melhorias no aplicativo com esse episódio. 

"Haverá alguma movimentação de alguma parte da defesa a favor do Telegram. Espero que isso possa servir até de melhoria ou, pelo menos, uma ação que o Telegram possa vir a levar em consideração", contou Lau.


WhatsApp sofreu ação semelhante e reverteu decisão

Aplicativo de mensagens da Meta já sofreu quatro ações de bloqueio no Brasil entre 2015 e 2016 por não atender pedidos judiciais | Unsplash

Em 2015 e 2016, o aplicativo de mensagens WhatsApp sofreu decisão semelhante a que o ministro Alexandre de Moraes tomou nesta 6ª feira ao determinar o a suspensão do Telegram aos provedores de internet. 

O aplicativo hoje da empresa Meta (Facebook) foi alvo quatro vezes desta ação. Em fevereiro de 2015, o aplicativo teve uma decisão de bloqueio quando um juiz de Teresina, no Piauí, alegou que o aplicativo se negou a fornecer informações para uma investigação policial. O aplicativo não ficou fora do ar, e um desembargador derrubou a decisão do primeiro juiz, sob alegação de que as empresas telefônicas e os usuários seriam punidas pela ordem judicial.

Em 2016, a segunda decisão foi em São Bernardo do Campo (SP), quando o WhatsApp não atendeu o pedido da Justiça para uma investigação criminal. No dia seguinte o TJ-SP emitiu uma liminar suspendendo a decisão. 

Em maio de 2016, a Justiça do Sergipe ordenou oi bloqueio do aplicativo por 72 horas porque o Facebook (atual Meta) não cumpriu uma decisão de compartilhar informações para uma investigação criminal, sob condição de multa diária de R$ 500 mil. Desta vez, o aplicativo ficou suspenso por 24 horas em todo país, até um outro juiz aceitar o recurso no Tribunal de Justiça do Sergipe.

Em julho de 2016, o quarto episódio foi marcado por conta de uma decisão judicial do Rio de Janeiro, porque a Vara Criminal de Duque de Caxias alegou que o Facebook não cumpriu uma decisão para fornecer informações para uma investigação da polícia. A suspensão durou uma tarde, até que o presidente do STF, Ricardo Lewandowski considerou a medida 'desproporcional' e emitiu uma liminar para reverter a decisão, sob alegação de que o aplicativo é usado até para envio de intimações da Justiça. 

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