Greve em SP: "Bom dia, chefe. Hoje não dá pra trabalhar, não"
Funcionário manda recado para o patrão durante paralisação de ônibus. Paulistano amanheceu sob frio e tentando embarcar em coletivos
"Bom dia, chefe. Pode esquecer, que hoje não dá pra trabalhar, não". O recado do estoquista Thiago Pereira ao patrão resumiu boa parte do que a população e trabalhadores de São Paulo (SP) enfrentaram durante a greve de ônibus iniciada à 0h de 3ª feira (14.jun).
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Terminais de ônibus da capital paulista amanheceram sob o frio e passageiros tentando embarcar nos poucos coletivos disponíveis, como em Campo Limpo e João Dias, na zona sul, e em Itaquera, São Matheus, na zona leste. A paralisação fez com que o rodízio de veículos fosse suspenso.
Muitos dos usuários do transporte público tentaram chamar motoristas por aplicativo. No entanto, a dificuldade também se fez presente: com a alta demanda, os preços - já elevados normalmente por uma série de fatores, como o alto valor do combustível - foram às alturas, com corridas custando mais que o dobro do cobrado em situação normal.
Os trabalhadores do setor reivindicam reajuste salarial de 12,47%, relacionado ao índice INPC/IBGE, 100% das horas extras, fim da hora de almoço não remunerada e participação nos lucros. Após assembleia na noite anterior, a proposta oferecida pelos empresários não foi aceita pela categoria.
"A princípio o setor patronal insistiu em oferecer apenas 10% de reajuste e ainda de modo parcelado. Agora, ofereceram os 12,47%, mas apenas a partir de outubro, o que é inadmissível", declarou o presidente do Sindmotoristas, Valmir Santana da Paz.
A capital paulista opera com 80% da frota em horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de R$ 50 mil de multa por dia. Essa medida foi imposta após decisão liminar vencida pela prefeitura na Justiça do Trabalho.
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