Publicidade

Ministério Público deve pedir autorização para prorrogar apuração mesmo com investigado solto

STF definiu também que Ministério Público não deverá investigar toda e qualquer operação policial que resultar em mortes e feridos gravemente

Ministério Público deve pedir autorização para prorrogar apuração mesmo com investigado solto
No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher
Publicidade

O plenário do Supremo Tribunal Federal definiu, nesta quinta-feira (2), que o Ministério Público precisa de autorização judicial para prorrogar apurações mesmo quando o investigado estiver solto. O controle externo exercido pelo MP sobre atividades policiais também recebeu novos parâmetros. O STF estabeleceu que nem toda operação que resultar em mortes e feridos gravemente deve ser alvo de investigação.

Prorrogação

Em relação à autorização para prorrogação, os ministros estavam divididos entre duas linhas de pensamento. Para o ministro Flávio Dino, a medida seria necessária apenas quando o investigado estivesse preso. Prevaleceu, no entanto, a visão do relator, ministro Edson Fachin. Para ele, o MP deve pedir autorização da Justiça sempre que quiser prorrogar as investigações, independentemente se o investigado está preso ou em liberdade.

+ Magistrados fazem ato de desagravo à juíza da Lava Jato e criticam CNJ

Os ministros estabeleceram a nova regra na conclusão do julgamento que validou os poderes de investigação do MP, por outro lado, estabeleceu limites às apurações. A partir de agora, o MP precisa de autorização judicial não só para prorrogar mas também para abrir investigações.

Duração

A duração dos procedimentos também diminuiu Antes, podia chegar a 90 dias. Com as mudanças, o MP deverá cumprir os mesmos limites impostos às polícias Civil e Federal. Nesse caso, em regra, os prazos são de 10 dias para investigados presos e 30 dias para investigados soltos. Apurações de crimes hediondos podem ter uma duração maior.

Controle externo da polícia

Outra novidade se refere ao controle externo exercido pelo Ministério Público sobre as polícias civis e militares, e corpos de bombeiros. Essa atribuição é prevista em lei e na própria Constituição Federal. Os ministros definiram que, para cumpri-la, o MP precisa ter fundadas razões, de modo a evitar, entre outras questões, a sobrecarga nas demandas do Ministério Público.

Essa ponderação surgiu na manifestação do ministro Flávio Dino. Ele lembrou a experiência como chefe das polícias do Maranhão enquanto foi governador do estado e como ministro da Justiça e da Segurança Pública, responsável pela Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Polícia Penal Federal. Segundo Dino, todos os dias ocorrem milhares de trocas de tiros envolvendo todas as forças policiais brasileiras, o que tornaria impossível o completo e efetivo controle externo pelo MP.

Em contrapartida, definiram os ministros, quando o MP receber alguma “representação” sobre excessos policiais e decidir não investigar, essa decisão também deverá ser devidamente fundamentada e justificada no âmbito do juízo competente. Representações ao MP podem ser feitas por qualquer cidadão, além de pessoas jurídicas, entidades privadas, entidades de classe, associações civis ou órgãos da administração pública.

A origem das discussões

A análise de todos esses temas ocorreram no julgamento conjunto de três ações, de relatoria do ministro Edson Fachin. Duas delas (ADI 3309 e ADI 3318) foram propostas pela Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol) e uma (ADI 2943) pelo Partido Liberal (PL).

Os autores das ações sustentavam que o poder de investigação era privativo das policias. E pediram a declaração de inconstitucionalidade de cerca de 30 dispositivos de diversas leis e resoluções que atribuíram ao MP, direta ou indiretamente, a prerrogativa de investigar crimes.

Os ministros acataram parcialmente os pedidos. Isso porque rejeitaram a declaração de inconstitucionalidade, mas, por outro lado, determinaram que os dispositivos questionados fossem interpretados sempre conforme a Constituição. Essa interpretação se materializou nas novas medidas de contenção estabelecidas pelo STF.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Ministério Público
Polícia Civil
Polícia Federal
Polícia Militar
Polícia Rodoviária Federal
Investigação
STF

Últimas notícias

Salsa é o destaque da semana para compras em atacados

Salsa é o destaque da semana para compras em atacados

Abobrinha italiana e berinjela também estão entre produtos favoráveis; confira lista completa
STF rejeita recurso de Bolsonaro e mantém multa de R$ 15 mil por propaganda eleitoral irregular

STF rejeita recurso de Bolsonaro e mantém multa de R$ 15 mil por propaganda eleitoral irregular

Ex-presidente teria investido dinheiro para impulsionar vídeo com críticas a Lula no pleito de 2022
Nota Fiscal Paulista libera R$ 38 milhões em créditos; veja como resgatar

Nota Fiscal Paulista libera R$ 38 milhões em créditos; veja como resgatar

Valor é referente às compras realizadas em janeiro de 2024 e ficará disponível para transferência por um ano
EUA: adolescente morre de ataque cardíaco após participar de desafio com salgadinho picante

EUA: adolescente morre de ataque cardíaco após participar de desafio com salgadinho picante

Harris Wolobah chegou a ser levado para o pronto-socorro, mas não resistiu; laudo aponta que jovem tinha problema cardíaco congênito
RS construirá cidades provisórias para acolher desabrigados, diz governo

RS construirá cidades provisórias para acolher desabrigados, diz governo

Instalações serão distribuídas em áreas de Porto Alegre, Canoas, Guaíba e São Leopoldo
SBT News na TV: número de mortes por enchentes passa de 150 no RS

SBT News na TV: número de mortes por enchentes passa de 150 no RS

Confira o que foi notícia ao longo do dia e os assuntos que serão destaque nesta sexta-feira (17); assista!
Moraes concede liberdade provisória a ex-assessor de Bolsonaro

Moraes concede liberdade provisória a ex-assessor de Bolsonaro

Marcelo Câmara foi preso em fevereiro durante operação sobre tentativa de golpe de Estado; ele deverá utilizar tornozeleira eletrônica
Caixa começa a liberar pagamento do Bolsa Família de maio; veja quem recebe

Caixa começa a liberar pagamento do Bolsa Família de maio; veja quem recebe

Valor pode ser sacado em agências bancárias ou movimentado virtualmente
Mega-Sena acumula e chega a R$ 30 milhões; veja os números sorteados

Mega-Sena acumula e chega a R$ 30 milhões; veja os números sorteados

Quina teve 41 apostas ganhadoras, que vão receber mais de R$ 54 mil cada
Morre fundador do Chiclete com Banana, Missinho, aos 64 anos

Morre fundador do Chiclete com Banana, Missinho, aos 64 anos

Artista estava internado em Salvador
Publicidade
Publicidade