Contraste para realização de exames está em falta em hospitais do país
Hospitais priorizam urgências e emergências para uso da substância
Além dos medicamentos, está faltando contraste para realização de exames em hospitais do Brasil. A ordem é priorizar as urgências e emergências e adiar os procedimentos eletivos.
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Na imagem da tomografia, os pontos mais claros mostram exatamente o que os médicos precisam avaliar. Deixar essas áreas em destaque só é possível injetando uma substância no organismo do paciente, conhecida como contraste.
Segundo o presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB), a consequência da falta do produto é a diminuição do número de exames e diagnósticos realizados.
"Na hora que você começa, naturalmente pelo seu corpo médico, a selecionar os exames, isso gera, naturalmente, dentro do hospital e dentro da área de assistência, uma preocupação, mas ainda tudo sob controle", diz Mirócles Veras.
Esse problema é mais um reflexo da pandemia. Nos períodos de isolamento muitos exames com contrastes, que não eram de emergência, deixaram de ser feitos, e por conta de seguidos lockdown, principalmente na China, onde estão os principais fabricantes, a produção foi reduzida. Com o fim das restrições, a demanda pelo insumo voltou a crescer, mas os estoques mundiais estão baixos.
O hospital da PUC de Campinas, no interior de São Paulo, tem trabalhado com apenas um terço do estoque normal. Por isso, reduziu em quase 50% o número de exames feitos mensalmente.
"Nós precisamos realmente priorizar pra que garantir que o recurso não falte para aqueles pacientes que estão de fato precisando nesse momento", diz o diretor administrativo Nivaldo Lacerda da Cunha.
O Ministério da Saúde afirma que a compra da substância não é de responsabilidade da pasta. Cabe ao governo estadual ou unidade privada providenciar a importação do contraste.
"Existe uma previsão que pra setembro vai melhorar mais um pouco, mas que o restabelecimento pleno será em janeiro do ano que vem", afirma Nivaldo.
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