Polícia descobre mais uma central telefônica usada por golpistas em São Paulo
Criminosos enviavam mensagens de celular como se fossem funcionários de bancos e conseguiam informações pessoais e sigilosas que permitiam desviar dinheiro
A polícia descobriu mais uma central telefônica usada por golpistas em São Paulo. Já é a segunda esta semana. Cinco pessoas foram presas.
Os criminosos enviavam mensagens de celular como se fossem funcionários de bancos e conseguiam informações pessoais e sigilosas que permitiam desviar dinheiro.
Neste apartamento do bairro do Jabaquara, zona sul da capital paulista, a central do golpe utilizava computadores modernos, onde armazenavam informações como endereço, idade, profissão, renda e número de telefone das vítimas, geralmente idosos.
O sistema disparava milhares de mensagens para celulares, ao mesmo tempo, informando sobre supostas violações nas contas bancárias e no cartão de crédito, e forneciam um número de telefone. Muitos ligavam de volta.
Nessas ligações, as vítimas, acreditando que estavam conversando no sistema de segurança dos bancos, acabavam fornecendo informações sigilosas, como senhas. Era tudo o que os golpistas precisavam para desviar o dinheiro de contas e fraudar os cartões de crédito.
"Eles tendem a mandar mensagem com um tom alarmista, ou de uma compra que você não reconhece, ou um desconto na sua conta, ou uma dívida muito grande", afirma o delegado Pedro Ivo.
As cinco pessoas presas são três homens e duas mulheres. entre os detidos está Guilherme Ferraz, um engenheiro eletrotécnico, que é apontado como um dos cabeças do esquema. Nas redes sociais ele se apresenta também como trader profissional, com mais de 30 mil seguidores.
Foram apreendidos com o grupo dois carros, um deles avaliado em R$ 250 mil, e uma motocicleta elétrica.
Todos foram autuados por associação criminosa e furto qualificado mediante a utilização de dispositivo de informática. Segundo a Delegacia do Patrimônio, no total, 18 pessoas foram presas em menos de um mês, acusadas de operar centrais de golpes. Na terça-feira, um outro escritório semelhante foi estourado pela polícia nesta casa na zona norte de São Paulo.
"É uma franquia do crime. O sujeito tem o método e ele passa a administrar ou dar poderes às pessoas que estão abaixo dele, e ele dá uma orientaçao e uma gestão dos fundos e fica de uma parte dela", diz o delegado do caso.