Primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, renuncia ao cargo
Draghi resistiu a uma moção de confiança na 4ªfeira, mas perdeu apoio do Movimento 5 Estrelas, que era parte da coalizão do governo
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, anunciou nesta 5ªfeira (14.jul) que irá entregar o pedido de renúncia ao presidente do país, após a recusa de um aliado da coalizão em apoiar um projeto de lei do governo.
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"A maior parte da unidade nacional que sustentou este governo desde sua criação não existe mais", disse Draghi em comunicado divulgado por seu gabinete.
Draghi ganhou uma moção de confiança no Senado nesta 5ªfeira, mas o futuro de seu governo de coalizão ficou em dúvida depois que o populista Movimento 5 Estrelas (M5S) boicotou a votação, colocando o governo em crise. A votação foi de 172 a 39 em um decreto-lei que propõe medidas para ajudar empresas e famílias a enfrentarem custos crescentes causados pela inflação. Os senadores do M5S estavam ausentes depois de anunciarem na 4ªfeira (13.jul) que não participariam.
O partido reclama que seus interesses foram ignorados. Na medida votada hoje, o M5S se opôs a uma disposição para permitir que Roma opere um incinerador de lixo nos arredores da capital italiana cronicamente asfixiada pelo lixo. Giuseppe Conte, ex-chefe de governo e atual líder do Movimento, afirmou que a medida é poluente, ineficiente e ultrapassada.
O premiê já havia comentado anteriormente que seu governo não poderia continuar sem o apoio de todos os partidos da coalizão e e que ele não continuaria no cargo sem eles.
Agora caberá ao presidente Sergio Mattarella aceitar ou rejeitar a renúncia de Draghi. Mas se a crise do governo não puder ser resolvida rapidamente, ele pode dissolver o Parlamento e convocar eleições antecipadas, que podem ocorrer no final de setembro.