Metaverso: especialista explica a aposta das gigantes da internet
Terminologia motivou a mudança de nome do conglomerado Facebook para Meta
"Eu acredito que o metaverso é o novo capítulo da internet, e também o novo capítulo da nossa companhia". Dessa forma, Mark Zuckerberg iniciou o anúncio da mudança de nome do conglomerado Facebook para Meta, na 5ª feira (28.out), no evento online Facebook Conect. Diante da novidade no mundo das big techs, o SBT News consultou um especialista para explicar o que é essa nova tendência na internet.
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O que é metaverso?
O termo foi utilizado a primeira vez em 1992, no livro de ficção científica Snow Crash, escrito por Neal Stephenson. Segundo o coordenador acadêmico da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), Gabriel Marques Cavalcanti, o metaverso é uma evolução da já conhecida realidade virtual, em que as funcionalidades seriam ampliadas, com novas perspectivas e objetivos. "Ele adquire essa nomenclatura de metaverso por estar agregando muito mais possibilidades de interação nesse ambiente [realidade virtual]", explicou o coordenador.
"Você pode pensar no metaverso como uma internet materializada, onde em vez de apenas visualizar o conteúdo, você está nele", pontuou Mark Zuckerberg. O metaverso seria um tipo de universo virtual 3D, onde os usuários poderão interagir, conversar, trabalhar e se conectar com outras pessoas.
Como fazer parte do metaverso?
Para entrar nesse novo universo, as pessoas utilizarão equipamentos que abrangem uma realidade mista -- a realidade virtual (VR) e a ampliada (AR) --, como óculos específicos, que permitirão enxergar esse novo espaço, e pulseiras/luvas, que captariam o ambiente ao redor do usuário. Ambas ainda estão em desenvolvimento pela Meta e por outras empresas, contudo, algumas dessas ferramentas já podem ser adquiridas, como é o caso do Oculus Quest, fabricado pela Meta, ou o Google Glass, fabricado pela Google.
Metaverso é o futuro?
Para os membros da GAFAM, sigla para as cinco gigantes da internet -- Google, Amazon, Facebook, Apple, Microsoft --, esse é o futuro da internet.
Já segundo Gabriel Cavalcanti, o metaverso é uma tendência que surge como uma solução para problemas encontrados no dia a dia e para as dificuldades proporcionadas pela pandemia, como a necessidade de uma interação em estações de trabalho e estudo.
O coordenador acadêmico da FIAP conta que "já existem escopos de metaverso", mas ainda há algumas dificuldades a serem atravessadas para que o metaverso se torne parte do cotidiano da população, como o acesso a essas tecnologias. Durante o evento online Facebook Connect 2021, Mark Zuckerberg afirmou que o projeto de criar um metaverso é uma visão a longo prazo e que a empresa está apenas no começo, não no final. "Muito do que mostramos hoje [projetos e tecnologias voltadas ao metaverso] não estará disponível no próximo ano, ou daqui dois anos", comentou o executivo.
Investimentos
Apesar de ser um projeto sem prazo para se encerrar, a Meta anunciou que irá investir US$ 50 milhões para criar o metaverso, além de abrir cerca de 10 mil vagas de trabalho na Europa para desenvolver essa nova aposta da empresa. Ao todo, há uma promessa de investir mais de US$ 200 milhões para o desenvolvimento do metaverso, sendo US$ 150 milhões para a formação e capacitação de programadores capazes de produzir esse universo digital
Contudo, não é só a Meta que está se movimentando com grandes investimentos para criar o metaverso. Em abril deste ano, a Epic Games, criadora do Fortnite, levantou US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos para financiar a visão da empresa a longo prazo. Nos últimos anos, a companhia já realizou shows e eventos de marcas dentro deste mundo digital, trazendo grandes nomes do mundo da música, como Travis Scott e Ariana Grande.