"Sentimento de dever cumprido", diz Aras em discurso de despedida
Gestão do procurador-geral da República chega ao fim nesta 3ª feira (26.set); sucessor não foi definido
O procurador-geral da República, Augusto Aras, encerra seu mandato nesta 3ª feira (26.set), após quatro anos na chefia do Ministério Público Federal (MPF). No discurso de despedida, o jurista, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, afirmou deixar o cargo "com sentimento de dever cumprido" e com "satisfação de ter realizado diversos projetos". A principal atenção foi voltada ao trabalho do Ministério Público.
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Aras abordou os desafios pelos quais a instituição passou, como o enfrentamento da pandemia de covid-19 e a polarização política. Destacou, também, projetos e programas realizados pelo Conselho, como o Pacto Nacional pela Vacinação, o Respeito e Diversidade (contra o discurso de ódio e a favor da tolerância), o Movimento Nacional em Defesa das Vítimas, a atuação da Ouvidoria das Mulheres e a rede de apoio às gestantes e lactantes.
"Fazemos parte de um único Ministério Público: o Ministério Público brasileiro, em que nossa distinção é meramente de especialidades e espacialmente de ramos nos estados e na União. A grande instituição MP passa pela unidade, sem a qual caminhamos para um regime feudal que alui valores, princípios e, acima de tudo, não contribui para o Estado Democrático de Direito", destacou Aras.
Em outro ponto do discurso, o procurador-geral da República chamou a atenção para o fato de a preservação da democracia ter passado pela atuação do Ministério Público. Em relação à polarização política, Aras apontou que a população brasileira deve estar atenta à liberdade, que é o maior valor a ser protegido. "No momento da crise e da radicalização, só há um consenso possível: o consenso da Constituição", frisou.
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Augusto Aras deixa o cargo de procurador-geral da República após quatro anos de serviço. Entre suas principais marcas estão o fim da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, pedidos de arquivamento de ações referentes a Bolsonaro e apresentação de denúncias contra golpistas do 8 de janeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não indicou um sucessor para o cargo, mas acredita-se que não há chances do petista reconduzir Aras.