STF lança convenção da OIT na língua indígena Kaiapó
"Precisamos reconhecer que não existe apenas uma língua no país", disse Rosa Weber, presidente do Supremo
O Supremo Tribunal Federal (STF) lançou, na noite dessa 2ª feira (11.set), a versão da Convenção n° 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) na língua indígena Kaiapó.
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A cerimônia ocorreu no Salão Branco do STF e contou com a presença de cacicas e caciques do povo Kaiapó, como o cacique Raoni. Os indígenas cantaram e dançaram durante o evento.
Também participaram da cerimônia autoridades como a presidente do STF, Rosa Weber, o diretor do Escritório da OIT para o Brasil, Vinicius Carvalho Pinheiro, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, e o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias.
A convenção da OTI foi aprovada em 1989 e ratificada em 2002. O documento busca superar práticas discriminatórias que atingem povos indígenas do mundo e assegurar participação deles na tomada de decisões.
"Meu entusiasmo é especial por estar entre um público majoritariamente feminino, grandes protetoras das culturas da comunidade tradicionais e guardiãs de seus povos", disse Rosa Weber. "Precisamos reconhecer que não existe apenas uma língua no país. São quase 200 línguas e dialetos que precisam ser respeitados e preservados", declarou ainda a presidente do STF, em seu discurso.
A tradução para o Kaiapó foi iniciativa conjunta entre STF, Procuradoria-Geral da República (PGR) e OIT. Em julho, o Supremo havia lançado a primeira Constituição brasileira traduzida para a uma língua indígena, o Nheengatu.