Militar que pediu golpe de Estado depõe na CPI do 8 de janeiro nesta 3ª
Jean Lawand Júnior aparece nas conversas do celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do dia 8 de janeiro ouve, nesta 3ª feira (27.jun), o coronel Jean Lawand Júnior, ex-subchefe do Estado-Maior do Exército. Ele apareceu nas conversas do celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Barbosa Cid Júnior, incitando medidas antidemocráticas.
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Nesta 2ª feira (26.jun), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia decidiu que o coronel pode ficar em silêncio na CPI em resposta a perguntas que podem incriminá-lo. Entretanto, a ministra definiu que Lawand deve falar a verdade quanto aos demais questionamentos. Ela ainda assegurou que ele seja acompanhado por advogados. Cármen Lúcia também determinou que Mauro Cid compareça à comissão nos mesmos termos. A convocação do ex-ajudante de ordens foi aprovada pelo colegiado em 13 de junho, mas ainda não há data marcada para o depoimento.
"O comparecimento para prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito não representa mera liberalidade do convocado, mas obrigação imposta a todo cidadão", enfatizou a ministra.
Tanto Cid quanto Lawand foram convocados pela CPI na condição de testemunha, ou seja, estão obrigados a comparecer. A manobra não impede, contudo, que, posteriormente, ambos se tornem investigados.
Até agora, mais de 1.200 envolvidos se tornaram réus no inquérito que tramita no Supremo sobre os atos antidemocráticos.
Mensagens golpistas
As conversas entre Lawand e Cid foram divulgadas na revista Veja em 15 de junho. Em uma das mensagens, Lawand diz temer que Bolsonaro "será preso" e pede que Cid convença Bolsonaro a dar um golpe. "Pelo amor de Deus, Cidão. Pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O presidente vai ser preso. E, pior, na Papuda, cara", diz o militar.
