CPMI do 8/1 pede apuração sobre psiquiatra que deu atestado a coronel da PM
O laudo assinado pelo médico Leonardo Rocha Lima foi contestado por especialistas do Senado
O presidente da CPMI do 8/1, deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), afirmou nesta 2ª feira (26.jun) que vai pedir que o Conselho Regional de Medicina (CRM) apure a conduta do médico Leonardo Fleury Rocha Lima.
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O psiquiatra assinou o atestado que a defesa do coronel Jorge Naime apresentou à comissão para evitar que ele falasse aos parlamentares na sessão desta 2ª.
Naime tentou no Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus para não precisar comparecer à CPMI, no entanto, a ministra Cármen Lúcia disse que ele era obrigado a depor e que poderia ficar em silêncio para não gerar prova contra si mesmo.
Após a decisão do STF, o coronel apresentou o laudo médico em que o psiquiatra atesta que o policial militar estava ansioso e depressivo. O atestado tem a data de 25 de junho, um dia antes da data marcada para o depoimento.
Por determinação do deputado Arthur Maia, uma junta médica do Senado fez a avaliação do policial militar. O laudo dos médicos do Senado contrasta com a avaliação feita pelo psiquiatra. Por isso, o presidente da CPMI pediu a apuração da conduta do profissional.
Arthur Maia destacou que a comissão não aceitará a apresentação de atestados que tenham como objetivo travar os trabalhos de investigação da CPMI.
"Essa CPI não vai aceitar de maneira nenhuma laudos médicos graciosos com o objetivo de dificultar o nosso trabalho" destacou Maia após o depoimento de Naime.
O coronel Jorge Eduardo Naime repetiu durante mais de 6 horas de depoimento que não teve nenhum envolvimento com os atos de 8 de janeiro e que tentou inúmeras vezes fazer a retirada dos golpistas que estavam acampados em frente ao QG do Exército, em Brasília.
O policial militar atribuiu ao general Gustavo Dutra, então comandante Militar do Planalto, a ordem para manter o acampamento. Ele também disse que causou estranheza a falta de atitude do secretário Fernando Oliveira, que no dia 8 de janeiro, era o responsável pelo comando da Secretaria de Segurança já que Anderson Torres viajou para os Estados Unidos.
Confira o documento:
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