Abin divulga nota defendendo competência para apurar desvios
Agência teria pedido a integrantes que levantassem supostos desvios de governadores na pandemia
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) divulgou nota nesta 6ª feira (7.mai) em que defende sua competência para apurar dados sobre supostos desvios de recursos destinados à pandemia por parte de governadores e prefeitos.
A nota vem após reportagem da revista Crusoé revelar, nesta 6ª, que integrantes da Abin foram orientados a levantar possíveis casos de corrupção em seus estados. Desde o início da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados têm lutado para ampliar a investigação e incluir governadores e prefeitos. Como isso não era possível -- uma vez que essa é uma atribuição dos legislativos locais --, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), determinou que a comissão apurasse os repasses da União a estados e municípios.
Na nota, a Abin diz que "possui competência para planejar e executar ações relativas à obtenção e à análise de dados para a produção de conhecimentos acerca de fatos e situações de imediata ou potencial influência sobre o processo decisório e a ação governamental".
"A corrupção e o desvio de recursos públicos são condutas capazes de produzir a erosão das instituições, o empobrecimnto da sociedade e o descrédito do Estado. Cabe à Inteligência cooperar, com os órgãos de controle e com os governantes, na prevenção, identificação e combate à corrupção, em suas diversas manifestações", argumenta a Abin.
Na 5ª feira (6.mai), o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou requerimento pedindo que o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem fosse convocado pela CPI. Próximo ao presidente Bolsonaro, Ramagem chegou a ser indicado para chefiar a Polícia Federal, mas teve a nomeação barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Leia a íntegra da nota: