Lula diz que "não quer confusão" com BC, mas cobra vigilância do Senado
Presidente afirmou que o chefe da autoridade monetária deve explicação por conduta ao Congresso
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta 3ª feira (7.fev) que não quer confusão com o Banco Central (BC), no entanto destacou que caberá ao Congresso Nacional ter vigilância sobre a conduta e a gestão da autoridade monetária nacional.
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"Vamos ver como o Banco Central se comporta, também a gente só tem um mês de convivência com ele [Campos Neto]. Ele teve não sei quantos anos de convivência com o Guedes. Mas eu acho que o Senado tem que ficar vigilante. Porque eu lembro quantas críticas eu recebia da FIESP toda vez que aumentava a taxa de juros. Eu lembro quantas críticas eu recebia do movimento sindical quando aumentava a taxa de juros. Eu lembro quando os senadores faziam discursos contra mim pelo aumento da taxa de juros. Eles agora não têm que cobrar mais do presidente da República. Eles tem que cobrar deles", argumentou Lula.
As afirmações foram dadas durante um encontro do chefe do Executivo com blogueiros no Palácio do Planalto nesta 3ª feira (7.fev). Lula chamou atenção para a vigilância do Congresso porque pela lei complementar aprovada no governo de Jair Bolsonaro (PL) que instituiu a autonomia do Banco Central, o presidente da instituição "deverá apresentar, no Senado Federal, em arguição pública, no primeiro e no segundo semestres de cada ano, relatório de inflação e relatório de estabilidade financeira, explicando as decisões tomadas no semestre anterior".
Apesar das críticas recorrentes sobre a taxa de juros elevadas e a autonomia do BC, Lula disse que não quer confusão. "Eu não quero confusão. A única coisa que eu quero é que esse país volte a normalidade, que esse país volte a crescer, volte a gerar empregos e volte a distribuir renda. É isso que eu quero. Se isso acontecer, eu estou feliz", concluiu.