Comissão do Senado aprova PL que taxa investimentos offshore e em fundos exclusivos
Prioridade do Governo Federal, texto segue agora para o plenário da Casa
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado Federal, aprovou nesta 4ª feira (22.nov) o Projeto de Lei que prevê a taxação dos investimentos offshore (fora do país) e em fundos exclusivos - também conhecidos como dos "super-ricos". O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) apresentou parecer favorável à aprovação do texto, com emendas, e a votação do documento ocorreu de maneira simbólica.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Os membros da CAE iriam votar três emendas ao projeto destacadas, mas os destaques foram retirados. Dentre as emendas, estavam duas de autoria do senador Carlos Viana (Podemos-MG); a retirada dos destaques nesse caso ocorreu porque o relator fechou um acordo com o parlamentar para acatá-las como emendas de redação.
Com o término da análise do PL na comissão, ele segue agora para o plenário da Casa. O Projeto de Lei é tido pelo Governo Federal como uma de suas prioridades neste semestre, na relação com o Congresso, e já foi aprovado na Câmara dos Deputados.
Com o texto, rendimentos decorrentes de fundos exclusivos passariam a ser submetidos a uma tributação semestral periódica, chamada de "come-cotas", com alíquotas de 15%, em relação aos fundos de longo prazo, e de 20%, no caso daqueles de curto prazo.
Em relação ao capital investido no exterior, com o projeto, os rendimentos seriam tributados com uma alíquota de 15%, anualmente.
Na sessão da CAE hoje, Alessandro Vieira leu um complemento de voto sobre o PL. O complemento foi apresentado em atenção a acordo firmado com o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), que, disse o relator, resultou no atendimento como emenda de redação de três emendas, "para garantir a clareza daquilo que é considerado sistemas de negociação em parágrafo apartado ao dispositivo alterado".
"No mais, o relatório persiste intacto com relação às demais proposições, é pela aprovação. E volto a reiterar a importância do projeto como um passo adiante na justiça tributária no Brasil, garantindo tributação em parâmetros absolutamente compatíveis com a média internacional daqueles que mais recebem, que mais têm recursos com o nosso país", acrescentou.
Também na sessão, Alessandro Vieira anunciou que rejeitou uma emenda apresentada pelo líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN). "Ela [emenda] já está contemplada no projeto. A preocupação dele era com uma eventual tributação de variação cambial, isso já está endereçado no projeto original sem nenhum tipo de problema, então a emenda é rejeitada", disse o relator.
**Reportagem atualizada às 12h14
Veja também: