CPMI do 8/1 ouve depoimento de Anderson Torres nesta 3ª feira
Ex-secretário de Segurança Pública do DF será questionado sobre atos golpistas e ataques à sede da PF
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas de 8 de janeiro ouve, nesta 3ª feira (8.ago), o depoimento do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça Anderson Torres. Na sessão, marcada para começar às 9h, Torres poderá ficar em silêncio em assuntos que possam incriminá-lo, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
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O depoimento de Torres foi objeto de 17 requerimentos. Entre os autores, está a própria relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), que classificou como importante a colaboração do depoente para esclarecer o caso. Isso porque, na ocasião dos ataques aos palácios dos Três Poderes, Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e viajou com a família para a Flórida, nos Estados Unidos, de férias.
Além de detalhes sobre o período que esteve à frente da Segurança Pública, a relatora considera importante colher detalhes sobre as operações de segurança na véspera do segundo turno das eleições presidenciais em 2022. Outro destaque deve ser os ataques à sede da Polícia Federal, em Brasília, no dia 12 de dezembro, e a tentativa de explosão de uma bomba em um caminhão tanque nas imediações do aeroporto de Brasília.
"Pensa-se que o senhor Anderson, por óbvio, trará informações de enorme valia para a condução dos nossos futuros trabalhos na presente Comissão", frisou Eliziane.
Para auxiliar nas investigações, a CPMI também aprovou a quebra de sigilo telefônico de Torres. Entre outros dados, os parlamentares requerem informações sobre uma minuta golpista encontrada pela Polícia Federal na casa do ex-ministro. O documento foi uma proposta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que pretendia instaurar Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e alterar o resultado das eleições presidenciais.
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Torres teve prisão decretada em 14 de janeiro em razão de indícios de omissão nos ataques do dia 8 de janeiro. Ele permaneceu preso no Distrito Federal por quatro meses e recebeu autorização de soltura no dia 11 de maio pelo Supremo, que determinou medidas cautelares, como o uso da tornozeleira eletrônica.