Inspetor da PRF em SP diz que "segue protocolos" para liberação de vias
Eleitores frustrados com resultados das urnas bloquearam rodovias em vários pontos do país
Os bloqueios efetuados por apoiadores do candidato derrotado à Presidência da República nas eleições realizadas no último domingo (30.out) tem causado transtornos a motoristas e à população que deseja prosseguir em rodovias e avenidas em pontos, em vários estados.
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Em São Paulo, de acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Alfredo Martinelli, são seis bloqueios em todo o estado, em rodovias federais. "As rodovias estaduais são geridas pela Polícia Militar Rodoviária, então pode ser que haja outros pontos", afirmou. Martinelli disse, porém, que é "impossível" dizer se os pontos bloqueados serão liberados ainda na 3ª feira (1.nov)
Segundo o inspetor, a PRF está "seguindo protocolos para tentar a liberação total das rodovias federais" e que todo o efetivo disponível está empenhado, incluindo policiais que estariam de folga, de acordo com determinação da direção geral da corporação.
Martinelli insistiu que a PRF "busca a liberação total das vias", sobretudo após a decisão judicial do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, mas que segue os "protocolos necessários para casos de manifestações e liberação dos casos de interdição". "Buscamos cumprir fielmente a decisão que foi emanada nos autos e enviada à PRF", disse, acrescentando que "a determinação do ministro é clara".
"Caso não seja possível [a liberação], que a polícia use todos os meios necessários para buscar essa liberação", afirmou em relação à determinação do STF. O agente pontuou que não foram registrados conflitos nas rodovias do estado e que a PRF busca "a garantia do direito de ir e vir do cidadão brasileiro".
Nas proximidades ao aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, cerca de 100 bolsonaristas frustrados com o resultado das eleições bloquearam uma das vias de acesso na manhã de 3ª. A manifestação até então com gritos de ordem, deixou apenas uma faixa de trânsito livre, contando com a complacência de policiais militares e rodoviários federais. Voos foram cancelados no aeroporto. Em outros pontos, pessoas tiveram que ir à pé para o trabalho, atravessando rodovias pelos canteiros das vias e correndo perigo.
Bloqueios em rodovias expõem captura da PRF pelo governo Bolsonaro
A falta de ação preventiva e a demora da PRF em reagir para desmobilizar os bloqueios realizados por caminhoneiros e apoiadores do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL) desde a noite do domingo, expõem falhas do setor de inteligência da corporação.
O SBT News apurou que a inteligência da PRF havia identificado movimentos pontuais e pequenos e fazia o monitoramento preventivo, desde domingo, mas durante a madrugada e o início desta 2ª, outros pontos de bloqueios surgiram, saindo do controle.
Segundo policiais rodoviários ouvidos, a demora em uma resposta da direção-geral da PRF e mesmo do governo, prejudica o poder de ação da corporação. "Há locais em que havia quase 2 mil pessoas em protesto e apenas uma equipe de dois ou três policiais", afirmou um membro da PRF, em reservado.
Um delegado da PF ouvido em reservado criticou a falta de ação. "Quando é para subir morro no Rio de Janeiro não pedem licença a ninguém. Agora vem com essa de pedir para a AGU conseguir na Justiça."
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