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Bloqueios em rodovias expõem captura da PRF pelo governo Bolsonaro

Policiais criticam inação para desmobilizar bloqueios e falha da inteligência na prevenção de protestos

Bloqueios em rodovias expõem captura da PRF pelo governo Bolsonaro
PRF
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A falta de ação preventiva e a demora da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em reagir para desmobilizar os bloqueios realizados por caminhoneiros e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) - candidato à reeleição derrotado -, desde a noite do domingo (30.out), expõem falhas do setor de inteligência da corporação. As paralisações começaram aos poucos, após o resultado das urnas, e no final da tarde desta 2ª feira (31.out) eram 236 bloqueiros em 20 estados do país.

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"Bolsonaro, durante todo governo, tentou deslocar as polícias do eixo, deslocando do estado para o governo", afirmou o delegado da PF Jorge Pontes, que foi da Interpol. "Tentou na PF, teve algum êxito. Mas no caso da PRF, a tentativa de captura funcionou de maneira mais efetiva, porque ele capturou o chefe, o cabeça."

O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, virou um importante aliado de Bolsonaro. A PRF informou nesta 2ª, em nota, que acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para conseguir liberar as estradas bloqueadas. "Desde ontem, quando surgiram as primeiras interdições, a PRF direcionou equipes para os locais e iniciou o processo de negociação para a liberação das rodovias priorizando o diálogo para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos", diz a nota. "Como aconteceu em outros protestos."

Pontes afirmou que "fica claro, agora com os bloqueiros dos caminhoneiros, que essa captura da PRF, aparentemente, fragilizou a própria ação de inteligência da Abin e da PRF e que acaba sendo de surpresa nessas ações para reagir". 

O SBT News apurou que a inteligência da PRF havia identificado movimentos pontuais e pequenos e fazia o monitoramento preventivo, desde dominigo, mas durante a madrugada e o início desta 2ª, outros pontos de bloqueios surgiram, saindo do controle.

Os manifestantes, que não são ligados aos sindicatos tradicionais dos caminhoneiros, têm protestado contra o resultado das eleições, em defesa de Bolsonaro. Segundo policiais rodoviários ouvidos, a demora em uma respota da direção-geral da PRF e mesmo do governo, prejudica o poder de ação da corporação. "Há locais em que havia quase 2 mil pessoas em protesto e apenas uma equipe de dois ou três policiais", afirmou um membro da PRF, em reservado.

Segundo ele, a "força de reação da polícia ficou comprometida" com essa demora de agir". "Em alguns desses protestos os manifestantes dizem que estão esperando o pronunciamento do presidente." 

Um delegado da PF ouvido em reservado criticou a falta de ação. "Quando é para subir morro no Rio de Janeiro não pedem licença a ninguém. Agora vem com essa de pedir para a AGU conseguir na Justiça."

Segundo a PRF, os bloqueios foram registrados nos seguintes estados: Acre, Alagoas, Amazonas, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins,.

Justiça

O Ministério Público Federal (MPF) acionou nesta 2ª feira (31.out) a PRF para que informe quais medias foram adotadas para desmobilizar os bloqueios de caminhoneiros. O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, foi questionado sobre as providências tomadas para "garantir a manutenção do fluxo nas rodovias federais".

Os ofícios são assinados pela subprocuradora-geral da República Elizeta de Paiva Ramos, coordenadora da Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional do Ministério Público Federal (7ª CCR). O prazo para resposta é de 24 horas.

Leia também:

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