Conselho Federal de Medicina restringe uso de canabidiol
Tratamento está autorizado apenas para crianças e adolescentes com epilepsia por três tipos de síndromes
Depois de oito anos, o Conselho Federal de Medicina mudou a resolução e restringiu o uso do canabidiol. Agora, o tratamento está autorizado apenas para crianças e adolescentes com epilepsia provada por três tipos de síndromes.
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Há três anos, a família de Ivo, diagnosticado com alzheimer, decidiu trocar os remédios convencionais pelo óleo extraído da cannabis.
"Meu pai era uma pessoa agressiva e a gente tinha que ficar segurando, batia na minha mãe, não tomava banho, a vida era um inferno. Hoje, meu pai é muito bem-humorado, se alimenta sozinho, toma banho. Foi uma revolução na vida dele", conta o filho Filipe Suzin, fundador da Associação Curando Ivo.
O óleo é feito pelo filho, Filipe, que conseguiu uma autorização judicial para cultivar a cannabis em casa. A fundação ajuda outros pacientes que necessitam do tratamento. Ele se preocupa com a nova resolução do Conselho Federal de Medicina.
"A gente não vai se calar porque é uma resolução que não ouve. CFM não pode trabalhar contra a vida do paciente", afirma Filipe.
A determinação do CFM, publicada no Diário Oficial, autoriza a prescrição do canabidiol apenas para crianças e adolescentes que sofrem com epilepsias causadas por três síndromes e que não apresentam melhora com medicamentos convencionais.
Segundo o conselho, estudos apontaram que o canabidiol apresenta resultados positivos apenas para as síndromes listadas na resolução, que ainda proíbe que profissionais ministrem palestras e cursos sobre produtos derivados da planta fora do ambiente científico.
"Eu recebi bastante ligação, até pela própria doença, receber uma notícia dessa gera um aumento de ansiedade em pacientes em tratamento oncológico que usam o THC para aliviar os sintomas da quimioterapia e da radioterapia", afirma o neurocirurgião Pedro Pierro.
Médico e paciente esperam que a norma seja revista. "O que eu fiz foi entrar em contato com o CRM, perguntar qual o posicionamento que eu devo ter e estou consultando um advogado para saber, segunda-feira o que eu faço?", diz Pedro.
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