Alto-representante da UE pede acordo para compra e envio de munições à Ucrânia
Bloco propõe investimento de 2 milhões de euros para suprir insumos militares no país
O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, fez um apelo, nesta 2ª feira (20.mar), para que os Estados-membros firmem um acordo para assegurar o envio de munições à Ucrânia. Segundo ele, caso os 27 países não entrem em um entendimento, Kiev pode enfrentar limitações em meio à guerra.
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O plano em discussão engloba 2 milhões de euros para a compra de munições, como 155 mm e 102 mm. A proposta, no entanto, enfrenta uma relutância por parte de alguns países, como a Alemanha, que continua optando por negociações nacionais.
"Nós temos o propósito de fornecer munição para a Ucrânia, o mais rápido e na maior quantidade possível, ao preço mais barato. Se a Alemanha tem uma maneira de fazer isso [enviar munições], o importante é seguir em frente juntos o máximo que pudermos", disse Borrell, enfatizando que nenhum acordo exclui o outro.
O Alto Representante comentou ainda sobre a ação do Tribunal Penal Internacional (TPI), que emitiu um mandado de prisão contra o presidente russo, Vladimir Putin. Apesar de não representar uma ameaça real, uma vez que a Corte não tem força policial para cumprir os mandados, Borrell classificou a medida como "divisor de águas".
"Eu sei que as autoridades russas estão descartando esta decisão do TPI dizendo: ?bem, no final, a Rússia não é signatária deste tratado?. Vejamos as consequências práticas dessa decisão. Se o presidente Putin viajar para um dos mais de 130 países que assinaram o tratado internacional, ele deve ser imediatamente preso", afirmou.
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O pedido de Borrell pelo envio de munições à Ucrânia acontece em meio à visita do presidente da China, Xi Jinping, à Rússia. Mesmo já tendo negado a especulação, países ocidentais continuam temendo que Pequim envie armas para Moscou, o que tiraria o país do isolamento, impactando diretamente o conflito na Ucrânia.