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Mulheres têm ideias que valem milhões no Bossa Summit

Empreendedoras expõem suas startups em evento e contam ao SBT News os desafios no ecossistema de inovação

Mulheres têm ideias que valem milhões no Bossa Summit
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Mulheres empreendedoras também têm espaço no Bossa Summit 2023, evento de empreendedorismo que ocorre no Transamérica Expo, na zona sul de São Paulo, até 6ª feira (24.mar). Entre elas estão casos das que criaram suas startups, acreditaram nas próprias ideias e fazem networking em um evento em que é possível se construir contatos -- ou mesmo receber um aporte de um investidor-anjo que possa contribuir para a realização dos projetos a novos patamares.

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A participação de mulheres em novos negócios tem se mostrado mais positiva do que na atuação tradicional no mercado de trabalho. Segundo o levantamento Mapeamento do Ecossistema de 2022, da Associação Brasileira de Startups, dentro dos grupo das que estão em startups, 41,9% são mulheres. 

O quadro se agrava quando se fala sobre empresas com funcionárias do sexo feminino: em empresas com até 500 funcionários, apenas 0,3% das mulheres estão presentes; em empresas com 101 a 200 funcionários, são 0,9%; em empresas entre 41 e 100 funcionários, são 1,9% são mulheres. E em startups com até 5 funcionários, o número salta para 71,3%.

A diferença pode estar relacionada à própria intenção dos novos negócios. Quando, no mesmo levantamento, as startups foram indagadas da importância em apoiar a diversidade, 60% disseram ser "muito importante" e 24% "importante".

O SBT News entrevistou algumas destas mulheres empreendedoras. Elas compartilharam suas ideias e contaram um pouco sobre o que pensam diante do ecossistema que ainda tem a predominância de homens, e como estão atuando para poder ganhar espaço -- e investimentos neste universo.


Hub de startups de mulheres

Jhenyffer: da periferia em Minas Gerais para abrir portas a outras startups formadas por mulheres | Cido Coelho/SBT News

A mineira Jhenyffer Coutinho criou a startup Se Candidate, Mulher!, que tem o propósito de preparar as mulheres para serem aprovadas nos processos seletivos. Além de oferecer um banco de talentos que é uma vitrine e pode aumentar as chances de contratação pelas empresas.

Jehnyffer, que veio da periferia em Minas Gerais, foi gestora de RH e percebia que muitas mulheres desistiam de concorrer a vagas mais que homens. Seja por questões de habilidades ou por não cumprir completamente os requisitos.

A empreendedora sentiu as mesmas dificuldades e tem a sensação de vitória ao poder ajudar outras mulheres que viveram cenários semelhantes. Já conseguiu um aporte de mais de R$ 1 milhão para investimento e hoje, no Bossa Summit, conseguiu abrir um estande com espaço coletivo para outras mulheres exporem suas ideias.

"Jhenyffer, enquanto mulher, é a sensação do dever cumprido de ter outras mulheres tendo visibilidades que eu sei que foi difícil para mim conseguir e minimamente que plantei uma sementinha que agora elas vão fazer isso por outras mulheres", avalia a empreendedora.

Geração de mulheres líderes

Jéssica quer mais mulheres gestoras e a Mulheres no Comando tem a solução para aumentar a representatividade nas empresas | Cido Coelho/SBT News

Jéssica Paraguaçu, fundadora da Mulheres no Comando, tem o propósito de aumentar a representatividade das mulheres em altos cargos nas empresas.

Hoje trabalha com grandes empresas para ajudá-las criando um produto para certificação onde a startup avalia critérios -- como equidade salarial, políticas de equidade, interseccionalidade de liderança e a cultura da empresa. Após essa criteriosa análise, a startup faz um plano de ação, com recomendações e soluções para aprimorar o espaço de trabalho para as mulheres.

A ideia partiu da dificuldade de não ser respeitada e se sentir silenciada, além de não ver outras mulheres líderes. Então, ela passou a se reunir com uma comunidade de empreendedoras e, a partir disso, nasceu a Mulheres no Comando em 2020, antes da pandemia da covid-19. A comunidade é hoje formada por 350 executivas que são mentoras e ajudam no auxílio a empresas e mulheres. 

"A gente precisou entender que não adianta a gente impulsionar as mulheres, a gente não transformar as empresas. Por isso que o nosso propósito hoje é trabalhar com as multinacionais", explica Jéssica.

A empreendedora celebra os avanços, mas ainda lamenta que há poucas mulheres que fundam startups e recebem aporte de investimento. Mas, acredita que as mulheres podem se ajudar para crescer.

"Três anos foi bastante coisa aconteceu, mas eu acredito que a gente está no caminho certo"

A empresa dela conseguiu captar R$ 550 mil pelo próprio grupo, formado por 26 executivas, que se tornaram investidoras-anjo.

Democratização da mentoria profissional

Paula, da Katalista, aposta em desenvolvimento de carreiras para pessoas que tem ambição em aspirar novas posições sem gastar muito com mentorias | Cido Coelho/SBT News

Para Paula Foster, da Katalista, a startup tem o objetivo de democratizar a mentoria para todos os trabalhadores, para ajudar no desenvolvimento da carreira, para pessoas que aspiram novas posições e precisam de uma mentoria para poder realizar seus objetivos.

O Katalista é um aplicativo que, como um mentor, promove orientação profissional personalizada para todos os desafios de carreira com aplicação de inteligência artificial e curadoria de especialistas. Com os dados gerados pelo uso autônomo, identifica gaps e interesses gerando informações que não estão mapeadas pelo Recuros Humanos. 

"Eu passei por muitas mudanças de carreira e sempre tive que aprender muito sozinha, ou por projetos de inovação, onde eu tinha que criar algo que eu não conhecia, ou por mudança mesmo de área", explica Paula.

A empreendedora sofreu para conseguir conteúdo para aprender e apoio nos momentos de mudança, como, por exemplo, sendo executiva nas áreas de Marketing e depois Recursos Humanos. E avalia que o processo sem mentoria é mais difícil, sendo que, com um mentor, que pode facilitar, pode ser rápido, mas muito caro.

A Katalista está em fase beta e tem cerca de 800 usuários constantes na plataforma. Agora a startup está em fase de rodada de investimentos para ampliar a empresa.

Visibilidade trans no mercado de trabalho

Gabriela quer conscientizar as empresas para dar mais visibilidade e inclusão as pessoas trans e outros excluídos no mercado de trabalho | Cido Coelho/SBT News

Para Gabriela Augusto, fundadora da EDR (Empresa de Respeito), uma startup no modelo remoto que visa apoiar e certificar empresas que querem ser mais inclusivas. Gabriela passou por várias situações de assédio, preconceito e intolerância.

"E isso não só acontece comigo, acontece com outras amigas ou outros amigos meus, pessoas com deficiência, as pessoas negras. Então, vi a necessidade, uma urgência, para que a gente fizesse algo mais justo e mais humanitário. Parte dessa mudança vem das empresas, que devem promover essa inclusão e externamente. Então, passei a desenvolver ferramentas para que essas empresas consigam promover a inclusão delas", relata Gabriela.

A EDR visa avaliar as organizações para melhorar e fornecer ferramentas para as empresas evoluírem de maneira contínua. A empresa já foi testada com sucesso em países da América Latina e já atendeu mais de 320 empresas.

Agora a empresa abrirá uma rodada de investimento e já tem pessoas interessadas. Para Gabriela, que representa a mulher trans, é importante e espera que outras mulheres trans possam participar mais de eventos de startups e inovação. 

"Algo que eu espero, eu posso ser a primeira aqui, mas eu não posso ser a última. A gente está aqui para conquistar cada vez mais espaço", avalia a empreendedora. 

Humanização para mães trabalhadoras

Marina, de roupão, aposta nas mães como uma força produtiva e remota no mercado de trabalho | Cido Coelho/SBT News

A Scooto, idealizada por Marina Vaz, que apresenta a empresa trajada de roupão, tem o propósito de fazer atendimento humanizado, dando oportunidade para mulheres, mães, produtivas, que foram excluídas do mercado de trabalho. Segundo a startup, de 100% das mulheres, 86% tornam-se mães e, destas, 70% são demitidas após a licença-maternidade.

"Ela é punida com o desemprego, porque agora ela vai precisar faltar demais. Só que você o mercado não percebeu ainda da qualidade do trabalho dessa mulher, não sabe a força que ela tem para ela conseguir fazer as coisas. Eu brinco: já tentou fazer uma criança comer brócolis? Essa tarefa não é fácil", explica. 

Além disso, a startup traz a ideia de mudar o relacionamento entre empresas e estas mulheres, fazendo uma ponte com as mulheres produtivas, melhorando a remuneração no trabalho remoto e trazendo elas, sendo mães, pretas, LGBTQIA+ que são capazes de trabalhar em casa e entregar as demandas exigidas pelas empresas.

"A gente tem esse propósito por trás do trabalho que a gente realiza, que faz com que a gente entregue um resultado muito acima do que é a média do mercado, em se tratando de SAC de atendimento, de vendas. Isso tudo agora com a Scooto é feito com base na empatia, com base numa qualificação, com base na atenção aos dados, a estratégia da empresa", conclui Marina.

A Scooto opera com faturamento superior a R$ 15 milhões, tem 400 mulheres, e agora espera uma nova rodada de investimentos, a partir de R$ 5 milhões, para expandir a companhia. 

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