Mulher perseguida por diretor da Polícia Civil do DF chegou a pedir ajuda para Ibaneis
Governador respondeu que ela deveria procurar uma delegacia, mas todas eram chefiadas pelo acusado
A mulher de 26 anos, que foi vítima de perseguição e ameaça do ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, chegou a pedir ajuda do governador Ibaneis Rocha para se livrar do assédio. O governador respondeu que ela deveria procurar uma delegacia para prestar queixa, mas todas eram chefiadas pelo acusado.
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Os vídeos são uma prova das dezenas de episódios de perseguição. Em um deles, a mulher com quem Robson Cândido teve um relacionamento, filmou o momento em que era seguida no trânsito pelo delegado.
"Eu estou sendo perseguida. Robson está usando uma viatura. Ai, meu Deus!", diz a vítima no vídeo.
Em outra ocasião, ele aparece - de dentro do carro - discutindo com a vítima. Robson Cândido está preso desde o início do mês por usar a estrutura da Polícia Civil para perseguir a ex-amante. As investigações revelam que o delegado invadiu a casa dela pulando o muro, mandava e-mails e chegou a ligar 50 vezes em um único dia, usando números diferentes.
Robson também usou indevidamente o banco de dados do Detran e do DER para rastrear a localização do veículo da mulher. Para piorar, de acordo com a denúncia do Ministério Público, o número de telefone da vítima foi incluído ilegalmente em uma investigação policial para ser monitorado.
O pedido de quebra do sigilo telefônico foi feito pelo ex-delegado chefe da Polícia Civil, Thiago Peralva, que foi afastado do cargo. Ele também teria perseguido a vítima em viatura descaracterizada. Na denúncia, o Ministério Público ainda levanta a suspeita de que Peralva seria agente infiltrado do crime organizado na Polícia Civil.