Brasil registrou pelo menos um feminicídio por dia em 2022
Levantamento mostra ainda que, a cada quatro horas, uma mulher foi vítima de violência no país
Quase 500 mulheres foram assassinadas no Brasil, em 2022, segundo boletim 'Elas Vivem: dados que não se calam', divulgado nesta 2ª feira (06.mar), às vésperas do Dia Internacional da Mulher. O número representa, pelo menos, um feminicídio por dia no país.
Ana Júlia Alvarenga, de 22 anos, foi uma centenas de brasileiras vítimas desta violência. No ano passado, a jovem foi assassinada pelo marido, o engenheiro Jessé de Souza Cunha, que está preso. De acordo com a polícia, ele enterrou o corpo da vítima no quintal de casa, na Baixada Fluminense.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Segundo o levantamento, realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, assim como aconteceu com Ana Júlia, as agressões e assassinatos são, na grande maioria dos casos, cometidos pelas pessoas mais próximas das vítimas: atuais ou ex-companheiros - homens que usam a violência, principalmente, durante uma briga ou porque não aceitam o fim do relacionamento.
Dos sete estados pesquisados, três concentraram o maior número de casos: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia - que, além dos feminicídios, também apresentaram os maiores índices de violência contra a mulher. Conforme o relatório, a cada quatro horas, uma mulher vítima de agressão, estupro ou tortura no Brasil, no ano passado.
A coordenadora do estudo critica a falta de mais políticas públicas para a proteção das mulheres, e alerta que o número de casos não reflete a realidade.
"Existem muitos casos de mulheres que foram vítimas de feminicídio, mas que não foram assim, não constam na estatística criminal nas secretarias públicas e de defesa social", argumenta a coordenadora da Rede de Observatórios da Segurança, Edna Jatobá.
Leia também: