Alta de doenças respiratórias em crianças chama atenção dos médicos
Número de casos é alto mesmo "fora de época" de contaminação
A alta dos casos de doenças respiratórias fora de época em crianças tem chamado a atenção dos médicos em todo o país.
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Depois de 11 dias internado, 10 entubado, Theo teve alta, mas agora voltou ao hospital. Ele não tem nem 4 meses. "Começou com secreção no nariz, tosse, depois de três dias, do dia pra noite, começou ficar muito cansado, era bronquiolite", conta a mãe Camila Rodrigues.
É uma infecção que afeta os bronquíolos, dificultando a respiração, provocada pelo vírus sincicial respiratório, comum no outono-inverno. Bom, era assim. A incidência vem crescendo há quatro semanas no país, com destaque para o Espírito Santo, Minas Gerais e Roraima, e se mantém alta no Sul, Distrito Federal e São Paulo.
O médico Marcelo Otsuko, da Sociedade Brasileira de Infectologia, explica porque as crianças estão adoecendo em pleno verão: "desde da pandemia, algumas medidas que nós tivemos, uso de máscara e tudo mais, evitaram a doença pelo vírus respiratório lá no início, e tivemos uma taxa de infecção muito menor pelo vírus. O que nós temos hoje, muito mais crianças suscetíveis à infecção, porque os cuidados não são adequados. A falta desses cuidados acaba gerando uma população enorme de crianças que não tiveram contato com o vírus desde 2020, ficando doentes agora".
Na capital paulista, num dos hospitais de referência da rede pública, houve um aumento de 30% dos casos. Em outro, que é particular, o vírus foi confirmado em quase metade das crianças testadas. Ele é a principal causa de pneumonia infantil, podendo levar à morte. Entre os que se recuperam, muitos desenvolvem asma.
Como se viu, o vírus sincicial é potencialmente grave e não tem vacina contra ele. Por isso, segundo os médicos, é importante proteger as crianças contra os outros vírus para os quais já existe imunizante, e assim evitar que o diagnóstico avance para quadros de saúde mais complicados.
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