Venda de vitaminas cresceu quase 28% durante a pandemia
Médicos alertam para riscos da suplementação em excesso e sem orientação
A procura por vitaminas disparou, no Brasil, no último ano. Mais preocupados com a saúde e, principalmente, com a imunidade, a população encontrou nos suplementos vitamínicos uma forma de compensar as deficiências de nutrientes.
O resultado foi um aumento de 27,9% nas vendas de vitaminas, entre março do ano passado e fevereiro deste ano, em comparação com os 12 meses anteriores. A assessora de investimento Beatriz Cordeiro foi uma das milhares de pessoas passaram a consumir os suplementos. Só no café da manhã, ela toma 20 comprimidos. "Para aumentar a minha imunidade, já que eu não tenho alimentação regrada e completa, e também com o passar da idade, você fica com mais deficiência", ela pondera.
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Aos 58 anos, Beatriz conta que mantinha essa rotina há duas décadas, por conta própria. Até que decidiu procurar um médico. "Ele aumentou a dose de vitaminas específicas, por exemplo, a vitamina D", ela afirma.
Nas farmácias, os compostos vitamínicos ganham cada vez mais espaço nas prateleiras. "Teve um aumento, eu acredito, que mais de 20% de vendas de polivitamínicos", conclui a farmacêutica, Ana Paula Ferrari.
Entre os estados com as maiores altas nas vendas de vitaminas estão Rondônia, que lidera o ranking com 68,5%, seguido por Tocantins, com 44,7%, São Paulo, com 26,4% e Rio de Janeiro, com 23,4%. Por outro lado, Sergipe e Roraima tiveram queda no consumo, com -16% e -8%, respectivamente.
Especialistas, no entanto, alertam para os riscos da suplementação em excesso e sem orientação médica. "Pode fazer mal, existe uma interação, às vezes, entre uma vitamina e outra, entre um mineral e outro, onde o excesso de um mineral pode diminuir outro mineral, então, as pessoas não devem tomar vitaminas sem necessidade", orienta o endocrinologista Marcio Mancini.
O médico ainda destaca que grandes quantidades de betacaroteno, por exemplo, aumentam o risco de câncer no pulmão, assim como a vitamina E, em exagero, pode provocar derrame e acidente vascular cerebral. "As pessoas que se alimentam bem, elas não precisam tomar vitaminas", ele acrescenta.
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