Bolsonaro faz apelo para conter alta nos preços dos itens da cesta básica
Presidente pediu que empresários ligados ao setor alimentício reduzam margem de lucro
O presidente Jair Bolsonaro pediu que empresários, ligados ao setor alimentício, reduzam a margem de lucro para conter a alta no preço dos itens que compõem a cesta básica. O apelo foi feito a 14 entidades, nesta 5ª feira (09.jun), durante uma evento virtual promovido pela Associação Brasileira de Supermercados.
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"O apelo que eu faço aos senhores, para toda a cadeia produtiva, para que os produtos da cesta básica, obtenha o menor lucro possível para gente poder dar uma satisfação a uma parte considerável da população e, em especial, os mais humildes", declarou o presidente, que está em viagem aos Estados Unidos, para participar da Cúpula das Américas.
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, pediu que os produtos da cesta básica só sejam reajustados no ano que vem. "Agora, está na hora de realmente sentar todo mundo, e fazer nosso lema aí: nova tabela só em 2023", disse o ministro.
O pedido do presidente repercutiu quase que imediatamente entre os supermercadistas. No Rio Grande do Sul, a associação gaúcha de supermercados informou que as margens de lucro são as mais baixas dos últimos 25 anos, e vêm sendo reduzidas desde o início da pandemia. A AGAS reforçou que o controle da inflação depende também de outros fatores, mas que vai fazer sua parte para que a redução dos preços chegue ao consumidor final.
Já a Associação Brasileira de Supermercados disse ter apresentado propostas ao ministro Paulo Guedes para reduzir os preços, como isenção de impostos e desoneração da folha de pagamento.
O economista e professor da PUC do Rio Grande do Sul, Augusto Alvim, argumenta que não há espaço para diminuição de lucro. "Não vai resolver o problema da inflação e nem do aumento de preços da cesta básica. Isso exige mudanças estruturais para buscar maior eficiência dentro da economia brasileira, maior crescimento econômico e redução da carga tributária. Isso que deveria ter sido feito, e não foi feito, né?!", observa o economista.
Segundo o IBGE, os itens da cesta básica que mais subiram, no acumulado de 12 meses, foram o café (67%), o açúcar (35,74%), o óleo de soja (31,25%), o leite (29,28%), a farinha de trigo (27,8%) e o feijão (19%).
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