Criminosos espancam transexual perto de terminal de ônibus em SP
Vítima sofreu insultos e ameaças de dois homens. Agressores ainda não foram identificados
Uma transexual foi espancada por dois homens perto do terminal de ônibus Dom Pedro II, no centro de São Paulo (SP). A vítima, Fernanda Frazão, de 26 anos, afirmou que foi surpreendida por um homem, que deu um soco no rosto dela, sem dizer nada. O crime foi cometido na madrugada de domingo (27.mar).
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Na sequência, a transexual perseguiu o agressor, mas foi atacada por um segundo homem e os dois criminosos derrubaram-na no chão. As agressões só cessaram depois que passageiros do terminal ajudaram Fernanda. Ela foi levada a um ambulatório na região da Sé.
A transexual é coordenadora de arte e cultura do Coletivo Arouchianos, que denunciou o caso. O grupo afirmou que Fernanda foi insultada e chamada de "traveco" e que um dos homens ameaçou amarrá-la com uma corrente. Os criminosos fugiram.
Um boletim de ocorrência por injúria e lesão corporal foi registrado na Delegacia da Mulher. A vítima fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e retratos falados dos agressores, ainda não identificados. Imagens de câmeras de monitoramento serão analisadas e, em nota, a SPTrans afirmou que funcionários ajudaram Fernanda. A administradora do terminal também afirmou que "segue à disposição da polícia para auxiliar nas investigações", além de repudiar agressões, violência e discriminação no transporte público.
O Brasil é o país mais inseguro para transexuais, sendo o que mais tem registro de crimes de ódio e mortes contra essa população, segundo a organização Transgender Europe (TGEU). Em 2020, uma pessoa trans morreu a cada dois dias, de acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (Antra). A maioria das vítimas são negras e pobres e, segundo a Antra, dados oficiais são inexistentes, indicando que o número de assassinatos pode ser superior.
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