Base governista discute pedir a apreensão do passaporte de Bolsonaro
Declaração do ex-presidente, de que corre risco no Brasil, acendeu o sinal de alerta na CPMI dos atos golpistas
A base governista discute pedir a apreensão do passaporte de Bolsonaro. O que despertou a preocupação dos parlamentares na CPMI do 8 de janeiro foi a fala de Jair Bolsonaro (PL) em um evento na Assembleia Legislativa de Goiás, nesta 6ª feira (18.ago).
"Sei dos riscos que corro em solo brasileiro, mas não podemos ceder. Por que a luta por democracia, a luta por liberdade. A liberdade não tem preço, ela vale mais que a nossa própria vida.", disse o ex-presidente.
Em reportagem da revista Veja, o novo advogado do ex-ajudante de ordens da presidência, Mauro Cid, declarou que seu cliente negociou as joias sauditas a mando de Bolsonaro. Depois, Cesar Bittencourt recuou e falou apenas na venda do relógio Rolex. Relógio, que, aliás, foi recomprado nos Estados Unidos pelo advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, para ser devolvido à União.
Novamente, o advogado de Mauro Cid entrou em cena e disse que o dinheiro da venda do Rolex foi entregue para Bolsonaro ou Michelle. Tanto o ex-presidente quanto a ex-primeira dama negaram a denúncia. Em razão dos novos fatos, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou o pedido de quebra do sigilo bancário do casal Bolsonaro.
Com o avanço das investigações, parlamentares querem aprovar o requerimento de retenção do passaporte do casal Bolsonaro, na sessão da próxima 3ª feira (22.ago) da CPMI. Na 5ª feira (24.ago), mais um militar do Exército, o Sargento Luis dos Reis, que também fez depósitos na conta de Mauro Cid, vai depôr à comissão.
Outro assunto que deve fazer parte da pauta é a denúncia do Ministério Público Federal que mostrou que comandantes da PM do Distrito Federal foram coniventes com os invasores das sedes dos Três Poderes. Seis oficiais em postos de comando no dia dos ataques foram presos.
"Os últimos depoimentos, as informações que nós recebemos, deixam claro que, na verdade, foi um procedimento estabelecido pelo ex-ministro da Justiça e então secretário de Segurança do DF, o Anderson Torres, que determinou que a Guarda Nacional, que a Força Nacional não interviesse, não ultrapassasse os limites definidos por ele", disse o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA).