Tarcísio: "Somos a favor da reforma tributária com cobrança no destino"
Na Fiesp, governador de São Paulo assina decreto para criar Conselho da "Nova Industrialização" do Estado
Em encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) nesta 5ª feira (16.mar), o governador do estado Tarcísio de Freitas (Republicanos) assinou decreto que cria o Conselho Estadual de Promoção da Reindustrialização de São Paulo. A proposta é desenvolver projetos no sentido de atrair investimentos para o que o chefe do Executivo paulista chama de "nova industrialização do estado". As bases pra voltar a crescer, segundo ele, são a oferta de energia, infraestrutura, capacitação profissional e a digitalização.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Tarcísio de Freitas foi recebido pela presidência da federação, conselheiros, diretores e convidados. No discurso inicial, o presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, classificou o governador como um desenvolvimentista moderno. "O Brasil precisava de homens assim. Ele sabe que o papel do estado não é necessariamente ser empreendedor, mas é ser indutor do desenvolvimento, incentivador do desenvimento e regulador desse desevimento", disse Josué.
Já em suas palavras de introdução ao discurso, Tarcísio de Freitas elogiou o governo Temer, do qual fez parte (o ex-presidente estava na plateia), e elencou os desafios a enfrentar e as alavancas por acionar. "Primeiro é a energia, aumentar a oferta em São Paulo. Ela está no gás, nas usinas foto-voltaicas por criar e no campo. Quanto a gente pode gerar a partir do ciclo da cana, como o açucar, o etanol. E tem o hidrogêniio verde, que o mundo inteiro está buscando. Vamos ser líderes nesse setor", afirmou o governador. Veja abaixo outros pontos em destaque no pronunciamento de Tarcísio de Freitas.
Programa e projetos
"A questão do crédito é muito importante. Crédito barato para o micro e pequeno empreendedor, que geram muitos empregos. Em abril lançamos o jovem aprendiz paulista. 60 mil jovens vão estar trabalhando e tendo a sua formação profissional e o estado vai subsidiar essa formação profissional. 60 mil jovens vão ter a porta do mercado aberta. Ele vai ficar lá dois anos trabalhando, com carteira assinada. Perto de casa, pra que a dificuldade de transporte não seja uma barreira", disse o governador.
Reforma tributária
"Nós somos a favor da reforma tributária, coisa que nenhum governador de São Paulo jamais foi. Mesmo com a cobrança dos tributos no destino da mercadoria. Porque no prazo curto você perde, mas no longo prazo você ganha muito lá na frente, com o fim da guerra fiscal. Precisamos de um programa menos oneroso. Vai demandar costura, habilidade, mas SP vai apoiar. Se São Paulo fosse contra a reforma ela não sairia do papel. Somos 1/3 do PIB. mas estamos a favor da reforma, entendemos que é urgente e alavanca para o crescimento. A gente não pode mais perder industria pra outros estados. Nós vamos trazer negócio pro estado e não perder pra ninguém", afirmou.
Ajuste fiscal
"A gente tem que começar a pensar na redução da despesa, venda de ativos imobiliários, R$ 130 bi de ativos imobiliários. Só no centro de São Paulo tem 56 imóveis, usa 800 mil metros de área e precisa de 300 mil. Tem que eliminar cargos, diminuir de tamanho, enxugar. Olhar o lado da despesa. Quando a gente reduz despesa a gente estimula a arrecadação".
Infraestrutura
"Ficamos felizes com o Rodoanel [que teve concessão leiloada na bolsa de valores]. 2026 o Rodoanel vai estar pronto. Em breve vamos lançar o edital do trem inter cidades, entre Campinas e São Paulo, um parador e outro expresso. E depois o Sorocaba/SP, o SP/Santos e outros. E de carga também. A gente tem espaço pra ver o transporte ferroviário florescendo de novo em SP. Vamos tratar da concessão de linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), da desestatização da Sabesp [ompanhia de saneamento do estado], acelerar a despoluição do Tietê e do Pinheiros, vamos desestatizar a Sabesp, serão R$ 60 a R$ 70 bilhões em investimento.
Digital contra corrupação
"A digitalização é outro passo. A gente precisa dar uma carga digital no governo. A digital elimina a burocracia. Sem burocracia elimina a corrupção.
Taxa política
O governador não deixou também de alfinetar o governo federal e os "ruídos" provocados pelas discussões com o Banco Central. "A taxa de juros preocupa, claro, mas não é criticando o BC que a gente vai resolver. Se a gente eliminar o ruído, a gente vai ter condição de ver essa taxa baixando mais rápido. Temos condição pra isso. A gente contratou uma PEC e vai pagar duas, por causa do ruído", disse o governador.
Leia também