Saúde precisará de pelo menos R$ 22 bi acima do teto, diz senador
Humberto Costa (PT-PE) integra coordenação temática da equipe transição
O senador Humberto Costa (PT-PE), integrante da coordenação de Saúde da equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou nesta 4ª feira (9.nov) que serão necessários mais R$ 22 bilhões acima do teto de gastos para o orçamento da Saúde em 2023, além dos R$ 10 bilhões que estão bloqueados pelas emendas de relator. Segundo ele, a prioridade do novo governo será recompor o orçamento do ministério da Saúde.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Costa também declarou haver um grave desabastecimento de medicamentos na rede pública. "A primeira demanda é essa, recompor o orçamento do ministério da Saúde. Segundo, nós temos um desabastecimento grave, que nós não temos os números exatos porque ainda não tivemos acesso às informações. Mas pelo que nós captamos por intermédio do conselho de secretários estaduais e municipais, é um desabastecimento grande que vai da dipirona ao remédio para tratamento HIV/Aids", disse.
"Então nós temos que entrar já com um plano de aquisição de medicamentos, de insumos, de vacinas para que esse desabastecimento não se aprofunde. O terceiro ponto é recuperar a cobertura vacinal do país", disse, em entrevista coletiva com jornalistas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Costa afirma que, para melhorar a adesão vacinal, poderia-se premiar os municípios que atingirem metas de imunização. "Campanhas de publicidade, mobilização de atores importantes de credibilidade na sociedade para conscientizar as pessoas e quebrar esse movimento antivacina, que ganhou peso no período da Covid-19. Articular os estados e municípios para atribuir responsabilidades e cumprir metas, inclusive nós poderemos premiar os que conseguirem atingir rapidamente essas metas", afirmou o senador.
"O quarto ponto é nós traçarmos um mutirão para diminuir a demanda reprimida ocasionada pela pandemia de pessoas que tiveram que ficar em casa e não foram para fazer as suas consultas, cirurgias, entre outras", ressaltou.
Mais Médicos
O senador também afirmou que, no programa do novo governo, há previsão de que seja retomado o programa Mais Médicos, mas com algumas modificações. "Nós queremos um que tenha os princípios do Mais Médicos para garantir que esses vazios assistenciais de médicos possam ser cobertos. Agora, o desenho que nós vamos fazer, ele vai ser construído", disse.
Segundo Costa, cresceu o número de médicos no país nos últimos anos e, por esse motivo, não seria necessário trazer profissionais do exterior. "Então poderia se fazer um programa parecido, porém com o predomínio de médicos brasileiros. E uma possibilidade também, uma opinião minha, isso vai passar pela pela transição, é que nós podemos criar uma espécie de carreira para a área da atenção básica no modelo CLT, onde os profissionais que ingressassem pudessem migrar de acordo com o tempo de serviço", destacou.