No 1º de Maio, Bolsonaro fala em ato pacífico e Lula ataca inflação e desemprego
Presidente evitou discursos e gravou falas para atos contra STF; petista discursou em palanque de centrais sindicais, em SP
Nos atos do 1º de Maio, os dois principais candidatos à Presidência de 2022 e seus apoiadores deram uma mostra de como será a disputa eleitoral. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) evitou discursos nas manifestações organizadas por apoiadores contra o Supremo Tribunal Federal (STF), mas falou em mensagens gravadas e fez uma aparição relâmpago em Brasília. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou em palanque das centrais sindicais, em São Paulo, e atacou o desemprego e alta da inflação.
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Em Brasília, os apoiadores de Bolsonaro organizaram um palanque na Esplanada dos Ministérios. O presidente era esperado para um discurso, mas fez uma passagem relâmpago para cumprimentar os presentes e fez uma fala ao vivo em suas redes sociais. "Vim cumprimentar o pessoal que está aqui na manifestação pacífica em defesa da Constituição, da democracia e da liberdade."
À tarde, Bolsonaro gravou uma mensagem para seus apoiadores, que organizaram uma manifestação na Avenida Paulista, com ataques ao STF e em defesa do deputado Daniel Silveira (PL-RJ) - que foi condenado no dia 20 de abril, pela Corte, a 8 anos e 9 meses de prisão. O presidente voltou a falar em manifestação pacífica e em "defesa da Constituição e da liberdade" de expressão - em referência ao caso Silveira.
O presidente enalteceu apoiadores, a quem disse "dever lealdade". "Irei onde vocês estiverem, estarei sempre ao lado da população brasileira", disse Bolsonaro. "Venceremos porque o bem sempre vence o mal."
Nas manifestações em Brasília, São Paulo, Rio e outros estados, apoiadores levaram cartazes contra a "ditadura da toga", pedindo a demissão coletiva dos ministros do STF, atacando o ministro Alexandre de Moraes - relator do caso Silveira - e o impeachment do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso.
O deputado que teve indulto presidencial, um dia depois de sua condenação, foi a dois atos organizados no Rio e em Niterói, por apoiadores de Bolsonaro. Silveira, ao lado de um viking, que fazia alusão aos atos que aconteceram no Capitólio, nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, fez um discurso de agradecimento ao presidente da República e aos parlamentares. Silveira destacou sua prisão como 'inconstitucional'.
Lula
O ex-presidente Lula participou da manifestação da centrais sindicais em São Paulo, na Praça Charles Miller, em comemoração ao Dia do Trabalhador. Dando um mote do que será sua campanha, o petista concentrou as críticas ao governo no aumento da inflação e nos números altos do desemprego. "Vocês leram nos jornais que a inflação foi a maior em 27 anos. Nós temos que fazer uma luta para transformar aquilo que é inflação em aumento de salário."
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Apesar de afirmar que por lei ainda não poderia fazer campanha como candidato, o petista fez discurso eleitoral, atacando seu principal rival, sem citar seu nome. "Se prepare porque alguém melhor que esse presidente vai ganhar as eleições, e aí ao invés de ficar xingando presidente, vocês vão ser convidados para sentar numa mesa de negociação para gente negociar a aposentadoria e para gente discutir as politicas de saúde e render todas as homenagens ao SUS."
Lula ainda tentou corrigir a gafe cometida na semana passada, em que desagradou a classe policial. "Eu escolhi o meio dos trabalhadores para pedir desculpas aos policiais que se sentiram ofendidos pelo que eu falei."