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Eduardo Bolsonaro funda instituto para fazer "guerra cultural" contra esquerda

Evento de lançamento do Instituto Liberal-Conservador contou com cinco ministros de Estado, além de secretários e deputados federais

Eduardo Bolsonaro funda instituto para fazer "guerra cultural" contra esquerda
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O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, e o advogado Sergio Santana lançaram na noite de 3ª feira (08) o Instituto Liberal-Conservador, durante um evento em um restaurante de Brasília, que reuniu cerca de 100 pessoas.

Entre os presentes estavam os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Cidadania, Onyx Lorenzoni; do Meio Ambiente, Ricardo Salles; das Comunicações, Fábio Faria; e o então ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que foi demitido do posto nesta quarta-feira (9). O futuro substituto de Álvaro Antônio, o presidente da Embratur, Gilson Machado, também prestigiou o lançamento, assim como secretários, deputados federais, estaduais, youtubers e apoiadores. O secretário de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten, foi o mestre de cerimônias do evento, demonstrando seu apoio à iniciativa. Foi cogitada a passagem do presidente pelo evento, mas como o local estava bem cheio, considerou-se que causaria muito tumulto e ele acabou não indo.

Em seu discurso inicial, Eduardo Bolsonaro disse: "Eu tive a sorte de nascer filho do meu pai. Isso me abriu algumas portas. E não adianta a gente ficar virando as costas, porque eu já tenho um 'x' nas costas, eu sou filho do presidente, em qualquer lugar que eu vá, qualquer trabalho que eu tenha, isso é indissociável. Então, já que associam para dar porrada, vamos associar também para obter alguns benefícios. Não benefícios pessoais, mas benefícios em prol do Brasil."
 

 
Eduardo saudou as autoridades presentes e os identificou como "linha de frente" dos que carregam as bandeiras que elegeram Jair Bolsonaro em 2018. "Essa nossa união tem que corrigir um erro que ocorreu nessa eleição de 2022, que é o quê? É a questão da organização." Desatar este nó é a base principal da criação do Instituto: identificar, formar, treinar e organizar lideranças e seguidores de princípios conservadores nos costumes e liberais na economia. De acordo com o vídeo institucional exibido durante o evento, o Instituto busca defender valores ligados à conservação da "família, fé, liberdade, direito à legítima defesa, propriedade privada, segurança nacional e soberania". E se colocam como contra "o mais perigoso dos vírus, o autoritarismo".

O deputado usou uma metáfora dita recentemente pelo escritor Olavo de Carvalho para explicar o que o Instituto pretende ajudar a fazer. Ele disse que a eleição de Bolsonaro à Presidência da República foi a cereja do bolo para os conservadores, para a direita. Mas que agora falta construir o bolo inteiro para apoiar esta cereja. A ideia é tentar reproduzir no Brasil a Heritage Foundation, instituição norte-americana fundada em 1973, por onde já passaram lideranças como o ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan e o presidente americano Donald Trump e que se trata de um celeiro de ideias direitistas.

Sergio Santana disse em seu discurso que a militância de esquerda, bem como Organizações Não Governamentais, não são orgânicas, ou seja, não têm um engajamento natural e espontâneo e disse que houve financiamento de fundações estrangeiras com centenas de milhares de dólares para bancar a divulgação de ideias de esquerda. Ainda não apresentou provas dessas afirmações, mas disse que o Instituto irá mostrar. Santana afirmou que "uma das razões da criação do Instituto é espralhar a ideia do quão bom é a lógica conservadora (...) e que não tem nada para se envergonhar disso".

O ministro Salles discursou: "O Brasil passa por um momento importante. Bolsonaro se elegeu presidente contra tudo e contra todos baseado em ideias, em valores. Mas essa luta começou com o presidente Bolsonaro. Ela não se encerrou com a eleição do presidente. Ela continua dia a dia. Em todos os ministérios. Em todos os órgãos públicos estaduais, municipais, nas escolas, nas empresas, nos condomínios, enfim. Por quê? Porque é uma luta, de fato, contra algo que foi enraizado no nosso país nos últimos 20, 25 anos.(...) A criação do Instituto é essa trincheira de valores e ideias".
 

 
Ernesto Araújo também fez uso do microfone. Explicou como está conduzindo a política externa. "Um conceito chave que a gente está tentando mudar no Itamaraty é um conceito que existia difuso e não formulado de que a política interna não tem que se meter com política externa. Que política é uma dimensão diletante, que você vai lá, fala umas coisas que tem que falar, uma política genérica: 'Ah, nosso país quer paz, prosperidade, pá pá pá..." Mas, não. Qualquer política ela tem que ter uma relação com o destino da sua comunidade. A política externa tem que fazer parte da transformação do Brasil que os brasileiros querem, que esse projeto, que o nosso projeto, que o projeto do presidente Jair Bolsonaro quer (...). Trazer a política interna do Brasil para a política externa é o grande esforço que a gente precisa fazer. E para isso, a gente precisa da formação dessas duas colunas: a liberal e a conservadora. Só o liberalismo não vai sustentar a liberdade. Você precisa da raiz conservadora."

Araújo também falou que está havendo a construção de uma coalizão de países de democracias liberais com a participação do Brasil. "Hoje, você tem dois tipos de democracias no mundo. E você está tentando justamente criar uma coalizão democrática. Estamos fazendo isso. Estávamos. Talvez continuemos se tudo... criar uma coalizão das democracias liberais conservadoras, digamos assim. As verdadeiras democracias, Brasil, Estados Unidos, Japão, Índia, Austrália, são feitas a partir da nação. As democracias europeias são democracias pós nacionais, democracias que já não acreditam nessa coisa do sentimento, da tradição. A gente precisa trazer isso para essa coalizão. Essa coalizão é que vai nos ajudar a promover no mundo o nosso processo de transformação interno."

Eduardo e Santana disseram que pretendem conseguir alugar uma casa ampla para sediar o Instituto, que estará disponível para eventos e discussões de pautas comuns. Os dois pediram doações pelo site. Também anunciaram que no ano que vem será realizado no Brasil, mais precisamente em Brasília, a edição anual do CPAC, autodeclarado pelos organizadores o maior evento conservador do mundo.
 

 
O senador Flávio Bolsonaro e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro, foram ausências sentidas. A esposa de Eduardo Bolsonaro, Heloísa, participou do evento, mas como espectadora. Ela procura não se envolver pessoalmente em questões políticas. A psicóloga acompanhou todo o discurso do marido, mas assim que ele terminou de falar, ela foi embora. Não ficou para fotos porque teve que correr para amamentar Geórgia, a filha de dois meses do casal.
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