Bolo envenenado: imagens mostram advogada abraçando futura vítima fatal
Mulher foi indiciada pela morte de familiares do ex-namorado, em Goiânia. Outro vídeo mostra presa recebendo caixa com veneno
Câmeras de segurança revelaram a advogada Amanda Partata recebendo a caixa com o veneno utilizado para envenenar e matar familiares do ex-namorado, em Goiânia. Ela foi indiciada criminalmente após a polícia concluir o inquérito do caso.
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Segundo a investigação, há "provas concretas e irrefutáveis" da autoria do crime, de acordo com o delegado Carlos Alfama, da Delegacia de Investigação de Homicídios. Leonardo Pereira Alves, de 58 anos, e da mãe dele, Luzia Alves, de 86 anos, morreram após comer um doce envenenado, preparado pela advogada.
A polícia apresentou imagens de Amanda recebendo uma caixa com o óxido inorgânico, conhecido como "Rei dos Venenos", substância ministrada em dois dos bolos de pote. Uma foto mostrou os produtos, consumidos em 17.dez, dia do crime.
Em outro vídeo, uma câmera de segurança revelou Amanda chegando na casa da família e recebendo um abraço do ex-sogro que ela mataria horas depois.
E-mails, ameaças e exame de gravidez falso
A família vinha sendo ameaçada por perfis falsos nas redes sociais e números desconhecidos. A polícia concluiu que os e-mails de recuperação dessas contas foram criados pela advogada.
As ameaças ocorriam desde julho deste ano, quando a relação de Amanda com o médico Leozinho, filho e neto das vítimas, que durou um mês e meio, estaria próximo de chegar ao fim. Assim que o relacionamento terminou, Amanda inventou estar grávida para continuar frequentando o ambiente da família.
Na casa da advogada, em Itumbiara, no sul goiano, foram encontrados exames de gravidez com datas de agosto e dezembro, com resultado negativo. Ela chegou a visitar a família em Goiânia seis vezes até o dia do crime e realizou até um chá revelação para anunciar que esperava uma menina, que nunca existiu.
Veneno comprado pela internet e outros crimes de “barriga de aluguel”
Em 8.dez, mesmo dia que comprou o veneno pela internet, Amanda perguntou por mensagens qual era o maior medo do ex-namorado. Ele disse que tinha medo de morrer e adorava viver. A advogada então, começou a acreditar que matando a família do ex, seria o maior sofrimento que ele poderia ter em vida.
Segundo a polícia, Amanda comprou o veneno no próprio CPF, pela internet e recebeu em casa, em Itumbiara, quando ela já estava na capital. Amanda contratou um serviço de transportes para trazer a mercadoria até Goiânia. Um dia antes do crime, a mulher recebeu a encomenda em uma caixa de papelão em um hotel.
Um vídeo mostra Amanda manuseando a caixa dentro do hotel. O motorista de aplicativo que levou o veneno procurou a polícia para informar do trabalho que tinha feito. Em conversa por mensagens, ela disse que se tratava de um medicamento. Por meio desse serviço, a polícia chegou à nota fiscal do produto por meio da quebra de sigilo fiscal de Amanda.
Amanda já tem passagens no Rio de Janeiro por fraude, estelionato e falsidade ideológica. Cinco ex-namorados de Amanda também procuraram a polícia nessas duas semanas para dizer que também foram vítimas do crime de "barriga de aluguel". Em um novo depoimento, a advogada ficou calada.