"Não houve excesso", diz Tarcísio sobre operação no Guarujá (SP)
Ministério Público vai instaurar procedimento para analisar legalidade da ação, que deixou pelo menos 8 mortos
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que "não houve excessos" na atuação de policiais durante a Operação Escudo, realizada no fim de semana, no Guarujá, litoral paulista, em resposta à morte de um soldado da Rota. A ação deixou, pelo menos, oito mortos.
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A declaração foi dada durante coletiva de imprensa, na manhã desta 2ª feira (31.jul), no Palácio dos Bandeirantes, em que também estava presente o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite.
"A gente tem uma polícia extremamente profissional, que sabe usar exatamente a força na medida em que ela tem que ser utilizada. Não houve hostilidade, não houve excesso, houve uma atuação profissional e que resultou em prisões", disse Tarcísio.
Segundo Tarcísio, só foi morto quem "optou pelo confronto". "Aqueles que resolveram se entregar à Polícia foram presos, foram apresentados à Justiça", declarou o governador.
Apesar disso, o Ministério Público (MP) de São Paulo informou que vai apurar a legalidade da Operação Escudo. O procedimento, instaurado para analisar as ações dos policiais, será chefiado pelo Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública do MP.
Em entrevista ao SBT News, o Ouvidor das Polícias de São Paulo, Claudio Aparecido da Silva, afirmou que pelo menos 10 pessoas morreram durante a operação. Já o Governo do Estado confirma, até o momento, 8 mortes. 10 pessoas foram presas, incluindo o suspeito de ter disparado contra o policial Patrick Bastos Reis, na comunidade Vila Zilda, na 5ª feira (27.jul).
"Temos recebido relatos de uma atuação violenta por parte das forças de segurança no local, que contabiliza até este momento uma dezena de mortes, registradas em boletim de ocorrência, bem como de ameaças constantes à população das comunidades daquela cidade. Diversos órgãos de Direitos Humanos e movimentos sociais vêm relatando uma série de possíveis violações de direitos na região, à margem da legalidade, com indicativos de execução, tortura e outros ilícitos nas ações policiais na região, por ocasião da referida operação", disse Claudio Silva.
Além do MP, a ouvidoria informou que também vai apurar denúncias de que houve abuso policial em comunidades do Guarujá. A operação causou pânico entre moradores do litoral.
Veja a íntegra da entrevista coletiva do governo do estado de São Paulo:
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