Conselho de Segurança da ONU se reúne hoje para votar cessar-fogo em Gaza
Encontro acontece após secretário-geral afirmar que confronto ameaça segurança internacional
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) volta a se reunir, nesta 6ª feira (8.dez), para debater e votar uma resolução de cessar-fogo imediato na guerra entre Israel e Hamas. O encontro acontece dois dias após o secretário-geral da entidade, António Guterres, invocar, pela primeira vez, o artigo 99 da Carta da ONU.
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O artigo autoriza Guterres a levar à atenção do Conselho de Segurança qualquer assunto que represente uma ameaça à manutenção da paz e da segurança internacional. Segundo o diploma, a intenção é pressionar os países-membros para assegurar a suspensão das hostilidades na Faixa de Gaza, evitando uma catástrofe humanitária na região.
"A expectativa é de que a ordem pública entre completamente em colapso em breve. Tal resultado deve ser evitado a todo custo. A comunidade internacional tem a responsabilidade de usar toda a sua influência para evitar uma nova escalada e pôr fim a esta crise. A população civil deve ser poupada de danos maiores", disse Guterres.
A reunião acontece no dia em que a guerra entre Israel e Hamas completa dois meses. Apesar do pouco tempo, os conflitos já deixaram mais de 17 mil mortos de ambos os lados da fronteira. Cerca de 80% dos civis em Gaza estão deslocados e continuam enfrentando escassez de água, comida e energia, mesmo com a abertura da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, para a entrada de ajuda humanitária.
Em novembro, Israel e Hamas assinaram um acordo de trégua temporária para a troca de reféns israelenses e prisioneiros palestinos. O acordo, inicialmente previsto para durar quatro dias, chegou a ser renovado duas vezes, mas acabou sendo suspenso por Israel após o país relatar que o Hamas havia quebrado o cessar-fogo temporário.
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Apesar dos esforços de Guterres para garantir a paz em Gaza, o resultado de uma votação não é claro. Isso porque quatro resoluções de cessar-fogo imediato foram apresentadas no Conselho desde o início da guerra -- todas rejeitadas. Os Estados Unidos, o aliado mais poderoso de Israel, que vetou um dos projetos, afirmou que uma nova resolução nesta fase não seria "útil".