"Não há para onde ir", diz agência da ONU sobre situação na Faixa de Gaza
Forças de segurança dispararam panfletos com orientação a civis
A diretora de comunicação da UNRWA, braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para assistência a refugiados palestinos, Juliette Touma, concedeu uma entrevista à rede de televisão CNN americana, nesta 3ª feira (5.dez), e abordou a atual situação dos habitantes da Faixa de Gaza, que receberam alertas do exército de Israel para deixarem suas casas e desocuparem grande parte da região sul.
A executiva da ONU questionou a determinação e afirmou que "não há mais nenhuma parte em Gaza que possa ser considerada segura". Também chamou a atenção para o fato de que grande parte da população já está isolada em uma pequena área da região.
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Desde o início da guerra com o Hamas, por causa dos bombardeios e da incursão terrestre, os militares israelenses têm ordenado que os civis palestinos deixem o norte de Gaza e partam para o sul, para cidades como Khan Younes e Rafah. No entanto, nesta semana, as forças de segurança israelenses confirmaram que a investida irá avançar e, por isso, também não seria seguro permanecer em muitas áreas localizadas ao sul.
"Não é apenas o fato de que não há um lugar seguro para onde ir. O fato é que simplesmente não há para onde ir. As pessoas estão sendo literalmente empurradas para uma área pequena e superlotada no sul. Essas pessoas já se deslocaram várias vezes, deixaram suas casas no norte ou na Cidade de Gaza e se refugiaram em Khan Younes ou em outros pontos do sul, e agora estão sendo direcionadas ainda mais para o sul. Portanto, a pergunta que fica é: qual será o próximo destino delas? Para onde devem ir depois?", disse ela.
As forças de segurança israelenses criaram um site no qual há uma espécie de mapa com a separação das áreas no norte e no sul que serão alvos dos bombardeios ou da incursão de tropas. Estes direcionamentos foram enviados aos palestinos em panfletos lançados de helicópteros ao longo de todo o território de Gaza.