Procuradora do Peru culpa presidente por mortes de civis em protestos
Dina Boluarte foi acusada de repressão durante manifestações antigoverno; denúncia também engloba premiê
A Procuradora-Geral do Peru, Patricia Benavides, responsabilizou a presidente Dina Boluarte pela repressão aos protestos antigoverno, que causaram a morte de mais de 50 pessoas no início do ano. A denúncia, apresentada na noite de 2ª feira (27.nov) ao Congresso Nacional, também abrange o primeiro-ministro, Luis Alberto Otárola.
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A ação se refere aos protestos realizados entre dezembro de 2022 e março deste ano, pouco tempo depois de Boularte assumir a presidência do Peru. Os manifestantes exigiam a renúncia da política, a dissolução do Congresso e a soltura do ex-presidente Pedro Castillo -- destituído e preso após tentar dissolver o Congresso e governar por decreto.
Os protestos resultaram em vários confrontos entre manifestantes e policiais, fazendo o governo decretar estado de emergência por 30 dias em Lima, capital, e em outras sete regiões. O alto número de óbitos levou o Ministério Público instaurar, ainda em janeiro, um inquérito de genocídio e homicídio qualificado contra Boularte e funcionários do gabinete.
Para que a nova denúncia contra Boularte passe pelo Congresso é necessário a instauração de um processo parlamentar que pode durar até três meses. Caso seja aprovado pela maioria dos parlamentares, a ação será levada a julgamento.
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Em comunicado, Boularte criticou a denúncia, alegando que Patricia foi acusada recentemente de liderar uma rede de corrupção. "É estranho que tal denúncia tenha sido apresentada depois que todos no país viram como as procuradorias-gerais foram invadidas e como vários membros de sua equipe foram presos por supostos atos de corrupção", disse.