Médicos, pacientes e refugiados deixam o hospital Al-Shifa, em Gaza
Seis médicos e 120 pacientes graves permanecem no local. Segundo o médico Ahmed El Mokhallalati, Israel forçou a evacuação; exército nega
A maior parte da equipe médica, pacientes e refugiados deixaram o hospital Al Shifa, no norte da Faixa de Gaza, na manhã deste sábado (18.nov). Segundo o médico Ahmed El Mokhallalati, que atua no local, a evacuação do maior centro médico do enclave palestino foi uma ordem de Israel.
+ Acompanhe a cobertura da guerra
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Segundo Mokhallalati, seis médicos permaneceram no centro médico para cuidar dos 120 pacientes que estão em leitos de UTI e nas incubadoras. Ele pediu ajuda ao Comite Internacional da Cruz Vermelha e à Organização Mundial da Saúde (OMS) "para que tomem medidas para proteger a equipe médica e os pacientes do hospital".
"O Exército de Israel ordenou que todo mundo evacuasse o hotel. Muitos pacientes não podem deixar o hospital, porque estão na UTI ou porque são bebês que necessitam de incubadoras. Eu, junto com outros cinco médicos, vou ficar no Hospital Al-Shifa com 120 pacientes", escreveu no X, antigo Twitter.
+ Ataques a hospitais, civis e tortura: o que são crimes de guerra?
As forças israelenses invadiram o complexo médico na madrugada da última 4ª feira (horário local). Como justificativa, as tropas israelenses alegaram que o Hamas teria um centro de controle no subsolo da unidade de saúde, o que, quatro dias depois, ainda não foi provado. A invasão foi criticada por organizações humanitárias internacionais e a ONU.
O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, se disse "chocado" com a confirmação de operações militares de Israel no hospital Al-Shifa, o maior da Faixa de Gaza.
Israel nega ter mandado que o hospital fosse evacuado. Militares israelenses afirmam que o diretor do hospital pediu ajuda para criar uma rota segura para evacuar pacientes e feridos.