Massa e Milei batem boca sobre Brasil em último debate antes do 2º turno
Candidatos à Presidência da Argentina trocaram duras acusações. Segundo turno das eleições acontece neste domingo (19.nov)
A uma semana do segundo turno das eleições presidenciais na Argentina, o ultradireitista Javier Milei, e o peronista e atual ministro da Economia, Sergio Massa, trocaram fortes acusações e protagonizaram um bate-boca no último debate antes do pleito de 19 de novembro.
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Realizado na Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, o evento foi divido em seis temas, que abarcavam, entre outros, questões econômicas, de saúde, trabalho e relações exteriores. No último, a relação com o Brasil e a China foi um dos pontos de maior debate entre os candidatos, sendo necessária a intervenção dos moderadores.
Massa, da aliança União pela Pátria, acusou Milei de querer reger a política externa "por ideologias e caprichos" ao comentar sobre o impacto na economia argentina das posições anti-China e Brasil de Milei, que em sua campanha afirmou que iria romper laços com a China e fez críticas ao atual presidente do Brasil, o petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Ambos os países são os principais parceiros comerciais da Argentina. Segundo Massa, "a ruptura com o Mercosul, a ruptura das relações com o Brasil, a ruptura das relações com a China representam 2 milhões de empregos a menos". Milei rebateu ser falsa a informação de que romperá com os países.
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"É falso que eu digo que não devemos negociar com a China ou o Brasil", disse o candidato do La Libertad Avanza. "É uma questão do mercado privado, o Estado não tem que se envolver, porque cada vez que se envolve gera corrupção", afirmou antes de mandar Massa "parar de assustar as pessoas com a perda de empregos".
Em outro momento, Massa encurralou o ultralibertário, perguntando-lhe como ele iria implementar algumas das propostas mais polêmicas de sua plataforma, como a dolarização, a eliminação do Banco Central, o corte de subsídios às taxas de serviço público e planos de assistência social e privatização de recursos naturais.
"Sim, vamos dolarizar a economia", respondeu Milei, que não detalhou a forma como pretende levar a cabo um dos eixos centrais do seu programa. Massa disse que o fará "apropriando-se das poupanças das pessoas".
A avaliação geral da imprensa argentina é que Massa conseguiu expor as contradições ideológicas de Milei, enquanto o candidato da direita não soube aproveitar a atual crise econômica e a inflação de quase 140% contra o rival. Segundo as últimas pesquisas, todas feitas antes do último debate, o cenário é de empate técnico -- com ligeira vantagem para um ou outro candidato, embora dentro da margem de erro.
