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Hospital Al-Quds, em Gaza, restringe serviços por falta de combustível

Comandado pela organização Crescente Vermelho, hospital abriga 14 mil deslocados e mais de 500 pacientes, e está sem acesso à água e comida

Hospital Al-Quds, em Gaza, restringe serviços por falta de combustível
Hospital danificado por bombardeio israelense
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Organização vinculada à Cruz Vermelha Internacional, o Crescente Vermelho palestino (PRCS) informou nesta 4ª feira (8.nov) que terá que restringir e reduzir a maioria dos serviços médicos do Hospital Al Quds, no norte da Faixa de Gaza, devido à escassez de combustível.

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A medida tem o objetivo de garantir o funcionamento do hospital "por mais alguns dias", segundo o comunicado do PRCS.

Com isso, a partir de hoje, o departamento de cirurgia do hospital será fechado; o gerador principal será desligado às 9h e o hospital dependerá de geradores secundários; a suspensão do setor de ressonância magnética e radiação; além da definição de um calendário de distribuição de eletricidade nos três edifícios hospitalares a uma taxa de duas horas por edifício, por dia, após as 17 horas, para garantir que os deslocados tenham acesso aos serviços essenciais. 

Em entrevista ao canal Al Jazeera, a porta-voz da organização, Nebal Farsakh, falou das condições desafiadoras para manter a operação de um dos principais hospitais do enclave palestino.

"Temos cerca de 500 pacientes dentro do hospital. Temos 15 pacientes na UTI. Eles estão feridos e com respiradores. Temos recém-nascidos em incubadoras. Temos 14 mil pessoas deslocadas, a maioria das quais são mulheres e crianças", disse Farsakh.

À medida que as forças israelitas continuam a dividir a Faixa, as zonas do norte têm sofrido com a escassez de suprimentos médicos e medicamentos, acrescentou ela, "e agora estamos ficando sem combustível".

No comunicado, o PRCS também alertou para a "escassez aguda de água e alimentos para pacientes e funcionários médicos", além de comida, leite e fórmulas infantis para os deslocados, citando que há dois dias falta pão na unidade. 

"O PRCS espera não ser forçado a fechar completamente o hospital Al Quds nos próximos dias, à medida que o combustível e os suprimentos básicos se esgotam. Combustível, suprimentos médicos, remédios, bem como água e alimentos para pacientes e equipes médicas precisam chegar ao hospital", afirma o comunicado.

+ G7 pede pausa humanitária na Faixa de Gaza, mas não cita cessar-fogo

"Mais de 14 mil deslocados estão abrigados em hospitais e também enfrentam escassez de alimentos, leite e fórmulas infantis. O suprimento de pão acabou há dois dias. O próprio hospital está isolado das áreas vizinhas há três dias, já que a maioria das casas adjacentes, infraestruturas e estradas que levam ao hospital foram bombardeadas e destruídas", continua.

Comboio atacado

Na tarde de ontem (7.nov), um comboio humanitário do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), permitido a entrar em Gaza por Israel, foi alvo de ataques israelenses. Segundo a organização, dos cinco caminhões que transportvam material médico, dois foram danificados e um motorista ficou ferido. 

Bombardeios constantes

Ainda segundo o PRCS, a região onde fica o hospital Al Quds também é alvo de bombardeios constantes desde o último domingo (5.nov), impedindo que ambulâncias atendam aos chamados de cidadãos feridos. 

A organização publicou no X, antigo Twitter, um vídeo mostrando os estragos causados à instalação do hospital pelos bombardeios.

O território palestino, moradia de mais de 2,3 milhões de pessoas, é alvo de intensos bombardeios israelenses desde 7 de outubro, em resposta ao ataque sem precedentes do grupo militante Hamas, que deixou 1,400 mortos no país, com cerca de 200 reféns. Em Gaza, o número de palestinos mortos é de 10.569, incluindo 4.324 crianças e 2.823 mulheres. 

Segundo a última atualização do Ministério da Saúde palestino, divulgado nesta 4ª feira, 2.550 pessoas, incluindo 1.350 crianças, permanecem desaparecidas sob os escombros de prédios bombardeados por Israel. O número de feridos é de 26.475.

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