"Setor de saúde está à beira de um colapso", diz Médicos Sem Fronteiras em Gaza
Hospitais enfrentam superlotação e estoque limitado de energia; ajuda humanitária pode chegar hoje
O cirurgião-ortopédico Nedal Abed, integrante do Médicos Sem Fronteiras (MSF), afirmou que o setor de saúde na Faixa de Gaza está à beira de um colapso. Segundo ele, além do alto número de pacientes, não há eletricidade disponível e a quantidade de gasolina para alimentar os geradores é rasa. Muitos hospitais também já estão quase sem medicamentos.
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"Eu não sei como vamos lidar com o enorme número de feridos. Atualmente, temos mais de 3 mil pacientes feridos [no Hospital Al-Shifa]. Neste hospital, em dias regulares, a capacidade máxima é de 700 leitos. Alguns pacientes gravemente feridos ficam no serviço de urgência à espera de intervenções cirúrgicas, mas não temos mais lugares. Estamos trabalhando sob grande pressão, nosso equipamento é limitado", contou Abed.
O médico também comentou sobre a ordem de evacuação dos hospitais de Gaza emitida pelo exército de Israel, que afirmou ter informações de que algumas unidades são utilizadas como centro de controle do grupo palestino Hamas. Para o cirurgião-ortopédico, a ordem "não faz sentido", já que grande parte dos pacientes não consegue se locomover.
? Hospital à beira do colapso em #Gaza | "Atualmente, há mais de 3 mil pacientes feridos [no Hospital Al-Shifa]. Em dias regulares, a capacidade máxima é de 700 leitos", contou o Dr. Nedal Abed, cirurgião-ortopédico de MSF.
? MédicosSemFronteiras (@MSF_brasil) October 19, 2023
Ele relata a situação no local. Assista?? pic.twitter.com/9kTeJgeAwD
A crítica situação do setor de saúde em Gaza vem sendo denunciada internacionalmente desde a última semana, quando Israel aumentou o número de bombardeios na região. Com mais de 12,5 mil feridos e sem acesso à água ou insumos médicos, as equipes de saúde já alertaram estar usando vinagre para tratar infecções bacterianas e até mesmo armazenar corpos em caminhões de sorvete por falta de espaço em necrotérios e cemitérios.
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A expectativa é que itens básicos de sobrevivência comecem a chegar em Gaza ainda nesta 6ª feira (20.out), conforme acordado entre os governos de Israel, Egito e Estados Unidos. A liberação da entrada de ajuda humanitária será realizada pela passagem da cidade de Rafah, no sul, sob supervisão da Organização das Nações Unidas (ONU).
