Brasil expressa preocupação pela piora da crise humanitária em Gaza na ONU
Após a reunião do Conselho de Segurança, o Brasil circulou um rascunho de resolução sobre o conflito
Nova York - Nesta 6ª feira (13.out), os representantes dos países que integram o Conselho de Segurança da ONU estiveram reunidos para discutir a guerra entre Israel e Hamas. Antes do encontro, a missão russa compartilhou com a imprensa internacional a informação de que apresentaria um rascunho de resolução ao grupo sobre o conflito no Oriente Médio. O texto proposto pelos russos não cita o Hamas, condena a escalada da violência contra os palestinos de Gaza e pede um corredor humanitário.
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Depois de duas horas e meia de reunião, o ministro Mauro Vieira afirmou que o texto dos russos não atende às necessidades de todos os membros presentes. "Como é sabido, há uma grande divisão do Conselho. Então no final da reunião os outros demais membros pediram que o Brasil, na qualidade de presidente, que fizesse consultas com todos os lados para se chegar a uma redação que seja aceitável por todos", disse Mauro Vieira aos jornalistas brasileiros.
O chanceler brasileiro se reuniu com António Guterres e um novo rascunho enviado pela missão brasileira circulou na sexta (13) entre os integrantes do Conselho de Segurança. A redação proposta pelo Brasil fala em forte condenação dos ataques terroristas do Hamas que começaram em sete de outubro, chama pela imediata e incondicional liberação de todos os reféns civis, condena firmemente toda a violência e hostilidade contra civis e condena atos de terrorismo e ainda clama que as autoridades israelenses rescindam imediatamente a ordem para que civis de Gaza e funcionários da ONU deixem a região norte daquele território palestino.
O rascunho apresentado pelo Brasil aos países do Conselho de Segurança da ONU ainda reitera a visão da região onde dois estados democráticos - Israel e Palestina - vivam lado a lado em paz com fronteiras seguras e reconhecidas. O texto sugerido pelo Brasil ainda expressa grave preocupação pela piora da crise humanitária em Gaza, que afeta profundamente a população civil largamente composta de crianças. Ao fim, demanda o fim de medidas que privam civis de serviços essenciais para a sobrevivência, como energia elétrica e demanda que todas as partes permitam acesso humanitário rápido, seguro e desimpedido para agências humanitárias das Nações Unidas em Gaza conforme as leis humanitárias internacionais.
"E que possa haver ingressos de alimentos, medicamentos, água, voltar a produção de energia pelos geradores para que possa haver o mínimo de qualidade de vida dos milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza" disse Mauro Vieira.
O Ministro ainda acrescentou que fora o Conselho da ONU o governo brasileiro está trabalhando intensamente para repatriar os brasileiros que viviam na região. "Ate agora saíram todos que viviam em Israel. Já estamos no quarto voo com pleno sucesso". Um grupo menor que vive em Gaza será transportado no sábado (14) de manhã de ônibus até a fronteira com o Egito. De lá, este grupo de brasileiros será conduzido ao Brasil por um avião da Força Aérea brasileira.