"Temos que incentivar projetos de energias renováveis", diz presidente do BID
Durante encontro do LIDE, na capital americana, o brasileiro Ilan Goldfajn afirmou que o BID tem interesse em maior investimento em energia limpa
Washington DC - O salão do hotel Willard, na região central de Washington, recebeu nesta 2ª feira (1.ago) autoridades brasileiras, empresários e investidores. O evento organizado pelo LIDE reuniu em uma só mesa o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, governadores, prefeitos, executivos e empresários brasileiros.
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Após o discurso, o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) falou aos jornalistas sobre o interesse da instituição no investimento em projetos de meio ambiente. "Nas questões climáticas já estamos financiando milhões e queremos financiar mais desde que haja os projetos necessários. No BID temos duas restrições: uma, a quantidade de recursos, de financiamento, mas também precisamos ter a capacidade de gerar os projetos bons, sustentáveis, e muitas vezes não há" disse Goldfajn.
Questionado pelo SBT sobre em quais tipos de projetos há carência ou maior necessidade para investimento, o presidente do BID explicou: "O Brasil tem uma capacidade técnica até maior do que a da região, mas de uma forma geral temos que incentivar a ter os projetos de energias renováveis, hidrovias a financiar isso. Tanto do setor público quanto do privado, que é o nosso braço direito, o Bid Invest". Goldfajn afirmou que é preciso sentar com os estados, os municípios, com a assistência técnica e afinar as necessidades. "Nós ajudamos a financiar pequenas e médias empresas. Como a gente faz isso? Linhas através do BNDES que a gente anunciou recentemente. Uma linha de quatro trilhões e meio para financiar pequenas e médias empresas. Onde? Em uma região que nós consideramos importante para a preservação da natureza, a região Amazonia", disse.
As áreas sociais de maior interesse do BID para investimento na América Latina e no Brasil, segundo Goldfajn, são: água e saneamento, educação, saúde, projetos sociais, diminuição da desigualdade social, clima, energia renovável e verde. O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento citou o projeto 'Amazônia Sempre' , chamado por ele de 'guarda-chuva' , pois o Brasil recebeu o mandato de oito países para ser o organizador.
Questionado sobre a notícia desta 6ª feira. de crescimento de 0,9% do PIB brasileiro no segundo trimestre, Goldfajn afirmou que olha para o médio prazo. "Analiso como a região está se comportando e segue, obviamente, os ciclos globais. O crescimento global está desacelerando mas ainda está forte e isso repercute em todos os países da América Latina, inclusive no Brasil". Goldfajn afirmou que tem uma perspectiva relativamente positiva da região desde que a mesma seja capaz de aproveitar as oportunidades.
"O Brasil tem uma das matrizes energéticas das mais limpas e com potencial ainda maior. Não só o Brasil como o resto da América Latina", disse. Lembrou a viagem recente que fez à Europa e pontuou o interesse europeu em energia limpa. Algo que o Brasil pode ser fornecedor. Citou ainda o impacto na geopolítica mundial pela invasão russa da Ucrânia. "Tudo isso leva a região a ser não um problema, de quem está precisando de dinheiro mas uma solução onde se quer ser parceiro da América Latina"
O Brasil é o maior cliente do BID e esta parceria está comprovada em números. São $82 bilhões no grupo BID, $10 bi na parte privada (BID Invest). O Banco ainda apoia mais de 150 startups brasileiras.