Publicidade

ONU rejeita ideia de "Talibã reformado" e denuncia violações no Afeganistão

Grupo tomou poder do país há dois anos e práticas são similares ao governo de 1997

ONU rejeita ideia de "Talibã reformado" e denuncia violações no Afeganistão
Entre os mais atingidos estão mulheres, minorias étnicas, religiosos, pessoas com deficiência, moradores deslocados e pessoas LGBTQIA+ | Sadeq Naseri/PMA
Publicidade

Especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU) emitiram um comunicado, na 2ª feira (14.ago), rejeitando a ideia de um "Talibã reformado" no Afeganistão. Segundo os autores, a afirmação de que o novo governo do grupo respeitaria os direitos humanos dos moradores, sobretudo das mulheres, dentro da lei islâmica foi totalmente equivocada.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

"Há dois anos, o Talibã tomou o poder no Afeganistão. Desde então, as políticas que impuseram à população afegã resultaram em uma revogação contínua, sistemática e chocante de uma infinidade de direitos humanos, incluindo os direitos à educação, ao trabalho e às liberdades de expressão, reunião e associação", diz o comunicado.

No texto, os especialistas afirmam que, além da exclusão escancarada das mulheres da sociedade, há relatos credíveis e consistentes de assassinatos e desaparecimentos forçados em caso de descumprimento das leis. Entre os mais atingidos estão minorias étnicas, religiosos, pessoas com deficiência, moradores deslocados e pessoas LGBTQIA+.

Durante os dois anos no poder, os talibãs retomaram punições como apedrejamento e execuções em locais públicos, práticas adotadas no primeiro governo do grupo no Afeganistão - de 1997 a 2001. O cenário, de acordo com os especialistas da ONU, aponta que, assim como esperado, as promessas feitas pelo grupo na tomada de poder foram vazias.

+ ONU classifica Afeganistão como país mais repressivo para mulheres

"Apesar das garantias dadas pelas autoridades de fato talibãs de que quaisquer restrições, nomeadamente em termos de acesso à educação, seriam temporárias, os fatos no terreno demonstraram um sistema acelerado, sistemático e envolvente de segregação, marginalização e perseguição", disseram os autores.

Com o recado, o grupo exigiu que o Talibã cumpra com as seguintes medidas:

1 - Inverter imediatamente o curso no tratamento de mulheres e meninas; permitir que as mulheres trabalhem e gerem empresas; autorizar que todas as mulheres usufruam de todos os direitos humanos, incluindo a liberdade de circulação e participação na vida política e pública;
2 - Reabrir imediatamente escolas em todos os níveis e universidades para meninas e mulheres e cumprir o direito à educação, que inclui o acesso à educação de qualidade e integral;
3 - Acabar com as represálias contra ex-funcionários do governo e da segurança, bem como membros da sociedade civil e defender plenamente a anistia geral declarada;
4 - Pôr termo às detenções arbitrárias, aos atos equivalentes a desaparecimentos forçados, à tortura e aos maus-tratos, incluindo no âmbito das penas sancionadas judicialmente;
5 - Reverter ações que resultaram na redução do espaço cívico e garantir que organizações da sociedade civil, jornalistas e outros trabalhadores da mídia possam funcionar sem obstáculos indevidos;
6 - Aplicar medidas rigorosas para prevenir a discriminação contra minorias étnicas e religiosas e garantir a sua representação e participação significativa nos processos de tomada de decisão.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

sbt
sbtnews
portalnews
mundo
onu
taliba
denuncia
tomada de poder
direitos humanos
mulheres
religiosos
minorias etnicas
execuçoes
apedrejamento
governo de 1997

Últimas notícias

Cidade na região metropolitana de Porto Alegre está 100% inundada

Cidade na região metropolitana de Porto Alegre está 100% inundada

Os cerca de 40 mil habitantes de Eldorado do Sul tiveram que deixar suas casas
Rio Grande do Sul tem 450 cidades afetadas pelas chuvas

Rio Grande do Sul tem 450 cidades afetadas pelas chuvas

Segundo último boletim divulgado pela Defesa Civil, condições climáticas já causaram 147 mortes e 127 pessoas estão desaparecidas
Estudo diz que Brasil perdeu cerca de R$ 21 bilhões ao ano com mortes em acidentes de trânsito desde 2016

Estudo diz que Brasil perdeu cerca de R$ 21 bilhões ao ano com mortes em acidentes de trânsito desde 2016

Levantamento do Centro de Liderança Pública utiliza a sobrevida esperada dos acidentados e a trajetória de renda privada destes para cálculo
Aeroportos recebem 1.300 toneladas de doações para vítimas das chuvas no RS

Aeroportos recebem 1.300 toneladas de doações para vítimas das chuvas no RS

Arrecadação em 31 aeroportos precisou ser temporariamente suspensa pela intensidade da mobilização
Governo do Rio Grande do Sul contrata 1.000 policiais para reforço de segurança em abrigos

Governo do Rio Grande do Sul contrata 1.000 policiais para reforço de segurança em abrigos

Contratados são ex-integrantes da Brigada Militar; interessados ainda podem se inscrever para participar da força-tarefa
Tragédia no RS: altas no Taquari e no Guaíba deixam estado em alerta

Tragédia no RS: altas no Taquari e no Guaíba deixam estado em alerta

Regiões Metropolitana de Porto Alegre e Sul do estado estão inundadas e voluntários se arriscam em meio a força da água para salvar quem ficou para trás
Cerca de 100 veículos por hora passam pelo corredor humanitário em Porto Alegre

Cerca de 100 veículos por hora passam pelo corredor humanitário em Porto Alegre

Caminho aberto na última sexta-feira (10) garantiu o acesso rápido às áreas antes isoladas da cidade, região metropolitana, interior e litoral
Rio Caí atinge cinco metros acima da cota de inundação e preocupa autoridades no RS

Rio Caí atinge cinco metros acima da cota de inundação e preocupa autoridades no RS

A estimativa da prefeitura é que três mil pessoas estejam fora de casa, 700 em abrigos
Pontos de bloqueio em rodovias do Rio Grande do Sul sobem para 163

Pontos de bloqueio em rodovias do Rio Grande do Sul sobem para 163

Até o momento, são 109 bloqueios totais e 54 interrupções parciais nas estradas gaúchas
EUA afirmam que não consideram genocídio o que está acontecendo em Gaza

EUA afirmam que não consideram genocídio o que está acontecendo em Gaza

Segundo assessor de segurança nacional, americanos trabalham com um cessar-fogo caso Hamas liberte reféns
Publicidade
Publicidade