70% dos imigrantes discriminados no setor público de Portugal são mulheres
A maioria dos casos foi de xenofobia (56,8%), seguido por preconceito linguístico (27,8%)
Em Portugal, 70% dos imigrantes que são discriminados no setor público são mulheres. Um relatório produzido pela Casa do Brasil aponta para a feminização da discriminação dos imigrantes atendidos nos serviços públicos portugueses.
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A imigrante brasileira Ana Paula Costa, autora do relatório "Discriminação de pessoas imigrantes nos serviços públicos em Portugal" comenta que 81,7% respondeu já ter sofrido algum tipo de discriminação nos serviços públicos em Portugal por ser imigrante, com maior incidência no sexo feminino (70%), sendo 91% de nacionalidade brasileira e 44% com residência em Lisboa.
Na sua terceira edição, o projeto é um resultado de um estudo realizado no contexto da pandemia de covid-19. Os dados foram recolhidos entre maio e junho de 2022, com 203 respostas vindas de plataformas de redes sociais em que a pesquisa foi divulgada.
Ana Paula destaca que no relatório os principais episódios de discriminação nos serviços públicos ocorreram nos centros de saúde (34,3%). A maioria desses casos foi de xenofobia (56,8%) e, a seguir, de preconceito linguístico (27,8%). A pesquisadora ressalta que "a maioria das pessoas imigrantes que sofreram discriminação nos serviços públicos não denunciou (89,1%)", mas entre as pessoas que denunciaram, "a maioria utilizou como meio o livro de reclamação (86,7%)".
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