COP27: Premiê britânico promete três vezes mais verbas para adaptações
Mesmo assim, para grupo ativista presente no evento, não seria suficiente
No simbólico pronunciamento de passagem de bastão -- de Glasgow, na Escócia, para Sharm El-Sheikh, no Egito -- o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu mais recursos para inovações ao presidente egípcio, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, e a todos os presentes na Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27).
O premiê triplicou de 500 milhões de libras esterlinas, valor anual desde 2019, para 1,5 bilhão de libras esterlinas até 2025, o valor destinado a financiamentos de pesquisas. Os estudos devem revelar inovações para lidar com as temperaturas maiores, seja para a vida urbana ou rural. Ele afirmou ainda que segue alinhado com os compromissos do Reino Unido firmados na COP anterior, como o fundo de 11,6 bilhões de libras reservadas para desastres climáticos. Também reafirmou que os 90 milhões de libras doados anualmente para preservar a Bacia do Congo continuam.
O discurso de Rishipode ser um incentivo a outros países ricos, cobrados por não honrarem seus compromissos de ajudarem os países pobres. Ainda nesta 2ª feira (7.nov), o instituto Carbon Brief revelou que os US$ 100 bilhões prometidos anualmente pelas nações em desenvolvimento para aquelas em desenvolvimento não estão saindo do papel. Por exemplo, os Estados Unidos se comprometeram em doar US$ 40 bilhões em 2020. Mas, acabaram cedendo US$ 7,6 bilhões.
O primeiro-ministro conclui sua participação lançando a Parceria de Líderes de Florestas e Clima (FLCP na sigla inglesa). "O FCLP é uma parceria voluntária de 26 países da União Europeia (UE) que, se alcançado, proporcionaria 10% da ação de mitigação climática necessária até 2030 para cumprir o Acordo de Paris. Presidido pelos Estados Unidos e Gana, os membros do FCLP representam uma variedade de regiões, grandes áreas florestais e centros de comércio e finanças. Sessenta por cento do PIB global e mais de 33% das florestas do mundo são cobertos por esta parceria", anunciou ele.
Apesar do discurso cheio de novidades e citação de valores, o grupo ativista Global Justice, presente no evento, criticou Rishi: "Sua promessa de financiamento abaixo do esperado fica muito aquém da parcela justa do financiamento climático do Reino Unido. O Reino Unido precisa começar a levar a sério o custo crescente dos desastres climáticos em países de baixa renda -- e introduzir um imposto poluidor sobre a indústria de combustíveis fósseis para pagar por isso".
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