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A guerra de nervos

Sem criatividade diplomática, cresce a retórica nuclear

A guerra de nervos
reprodução/Kremlim/Casa Branca
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Putin ameaça com bomba atômica e Biden fala sobre armagedom nuclear | Reprodução/Kremlim/Casa Branca

Desta vez, foi o presidente dos Estados Unidos que trouxe à lembrança o risco de um "armagedom" nuclear, como não se via, segundo ele, desde a crise dos mísseis russos em Cuba em 1962. O fato de  isso ser mencionado por si só mostra o quão grave é a situação e como é difícil encontrar uma saída.

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Quando Vladimir Putin trouxe a ameaça à mesa, antes de invadir a Ucrânia, muitos apostavam que o uso de armas atômicas seria um blefe, uma lembrança do poder dissuasório desse tipo de armamento -- "se você me destruir, eu te destruo de volta" -- e da máxima de que uma guerra nuclear jamais poderá ser vencida e, portanto, jamais deve ser travada.

Analistas chegaram a cogitar que Moscou planejasse o uso de um ataque atômico tático, de menor alcance, apenas para encerrar uma situação difícil na guerra. Agora, os Estados Unidos consideram que mesmo esse tipo de ação poderia gerar um conflito maior e de consequências imprevisíveis.

Vladmir Putin, presidente da Rússia | Reprodução/Kremlin

Putin é uma bomba a ser desarmada. Se encerrar a guerra sem um trunfo para mostrar depois de tantas mortes de seus compatriotas, será engolido pela própria Rússia. Ao contrário de outros ditadores, que ao menos prestavam contas a um partido ou a um comitê, ele encarna em si o poder de ditar os destinos de seu país e de influenciar o que acontece ao redor do mundo.

Seguindo a cartilha do autoritarismo moderno, o presidente russo não deu um golpe de Estado com tanques na rua. Começou com eleições limpas e foi corroendo as instituições por dentro, até que pudesse chamá-las de suas. Daí para a ideia de restaurar a Rússia gloriosa e incorporar parte do território ucraniano não demorou muito.

Por ora, o Ocidente tenta cansar o inimigo. Invadir um território é muito mais fácil do que mantê-lo. Com o estrangulamento da economia russa, é difícil imaginar por quanto tempo haverá dinheiro para uma empreitada cara desse tipo. O Kremlin entendeu o jogo e não está gostando.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos | Reprodução/Casa Branca

A mesma criatividade diplomática já usada para evitar outros desastres durante a Guerra Fria parece não estar sendo aplicada nesse caso. Se o caldo engrossar, há duas hipóteses na mesa: oferecer uma saída honrosa para o presidente russo, em que ele possa vender algum tipo de vitória para o público interno, ou pagar para ver. Ele sabe que cumprir a ameaça poderá ser o fim dele próprio, mas homens fracos, à beira da derrota e com muito poder na mão, são sempre um perigo. Biden diz que os Estados Unidos tentam entender qual seria a saída para Putin. O planeta aguarda ansioso.

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