Em evento do Brics, China critica Otan e "politização" da economia mundial
Xi Jinping reprovou aplicação de sanções pelos que dominam o sistema financeiro e monetário internacional
Em evento que antecipa a cúpula virtual entre líderes do Brics -- grupo que reúne Brasil, China, Rússia, Índia e Africa do Sul -- nesta 4ª feira (22.jun), o presidente chinês, Xi Jinping, criticou de forma indireta a Otan, Organização do Tratado do Atlântico Norte.
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"A história dolorosa mostra que o hegemonismo, o confronto no campo não trarão paz e segurança, mas apenas levarão à guerra e ao conflito. Acreditar no status de força, expandir alianças militares e buscar a própria segurança às custas da segurança de outros países inevitavelmente cairá em um dilema de segurança", afirmou Xi Jinping, no fórum empresarial do Brics.
O líder do regime chinês também reprendeu a aplicação de sanções, no que chamou de politização da economia mundial e apontou que a recuperação econômica o desenvolvimento global só serão possíveis quando "a comunidade internacional abandonar os jogos de soma zero, opor-se conjuntamente ao hegemonismo e à política de poder, construindo um novo tipo de relações internacionais com respeito mútuo, equidade, justiça e cooperação". Segundo Xi Jinping, "Os principais países desenvolvidos devem adotar políticas econômicas responsáveis para evitar repercussões negativas e sérios impactos nos países em desenvolvimento".
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"Os fatos têm provado repetidas vezes que as sanções são um "bumerangue" e uma "espada de dois gumes", politizando, instrumentalizando e armando a economia mundial, aproveitando o domínio do sistema financeiro e monetário internacional para impor sanções arbitrárias, que acabará por prejudicar os outros e prejudicar as pessoas do mundo", finalizou.
A fala do líder chinês acentua as críticas do regime a reposta do Ocidente a invasão russa à Ucrânia. Apesar de não estar envolvida diretamente na guerra, a China ampliou a cooperação e parceria com Moscou em um momento que o país é alvo de sanções duras.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) também participou do evento. Em um vídeo pré-gravado, ele defendeu a integração econômica do grupo.