Dia Mundial Sem Tabaco: OMS e Fiocruz destacam males para o meio ambiente

O tabagismo é um fator de risco para o desencadeamento de diversos problemas de saúde, como hipertensão arterial, impotência sexual e câncer no pulmão. O fumo provoca a morte de mais de 8 milhões de pessoas todos os anos no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para além da questão relacionada a doenças, duas entidades aproveitaram esta 3ª feira (31.mai), Dia Mundial sem Tabaco, para destacar que o consumo do produto prejudica também o meio ambiente. A indústria tabagista é responsável pela poluição com emissão de carbono, microplásticos e produtos tóxicos.

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O Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde (Cetab) da Fiocruz aproveitou a data para lançar uma campanha sobre o assunto. Pesquisadores responsáveis por estudos sobre os impactos ao meio ambiente indicam, por exemplo, que a cadeia produtiva ligada ao consumo de tabaco conta com desmatamento para o plantio e, consequentemente, a produção de lixo no pós-consumo.

Para a ação, a equipe avisa que 766,5 mil toneladas de bitucas de cigarro são despejadas, por ano, no meio ambiente. Os filtros de cigarro, por sua vez, estão entre os lixos plásticos mais comuns nos oceanos.

"200 mil hectares de terra são desmatados todos os anos."

"Estima-se que 1,5 bilhão de hectares de florestas já tenham sido perdidos devido ao cultivo do tabaco desde a década de 1970", lamenta a Fiocruz, como informa a Agência Brasil. "Hoje, 200 mil hectares de terra são desmatados todos os anos para este fim", prossegue a fundação. "Em muitos países, é a mata nativa que segue sendo destruída. Ao mesmo tempo, solo, ar e água são poluídos, especialmente devido ao uso de agrotóxicos."

Tabaco e perdas ambientais

O impacto ao meio ambiente não é uma preocupação apenas nacional. Também nesta 3ª feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou o relatório "Tabaco: envenenando nosso planeta". No material, a entidade lista que a produção do fumo é responsável pela perda anual de:

• 600 milhões de árvores;
• 200 mil hectares de terra (mesmo dado reforçado pela Fiocruz);
• 22 bilhões de toneladas de água;
• 8 milhões de vidas humanas.

Além disso, a OMS avisa que a produção de tabaco contribui para a geração de gases de efeito estufa, com a emissão de aproximadamente 84 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera no decorrer de um ano.

"Processamento e transporte de tabaco é equivalente a um quinto do CO2 produzido pela indústria aérea comercial."

"A pegada de carbono da indústria de produção, processamento e transporte de tabaco é equivalente a um quinto do CO2 produzido pela indústria aérea comercial a cada ano, contribuindo ainda mais para o aquecimento global", afirma trecho do relatório divulgado pela OMS.

It's #WorldNoTobaccoDay!
Tobacco is killing us & our ???
Not only does tobacco ? kill 8? million people every year, the tobacco industry leaves a long trail of destruction on our environment long before tobacco & nicotine products are even sold.#TobaccoExposed

? World Health Organization (WHO) (@WHO) May 31, 2022

Intoxicação de agricultores

Fora o risco à natureza e aos seus consumidores, o tabaco também é um fator de problemas para profissionais responsáveis por sua produção. De acordo com o pesquisador Marcelo Moreno, a fumicultura é responsável por 11,2% dos casos de intoxicação por agrotóxicos no Brasil. Supera, assim, as intoxicações ocorridas em meio à cadeia produtiva da soja (8,5%) e do café (7,6%).

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