Cerca de 40% da superfície terrestre não coberta por gelo está degradada, diz ONU
Urgência global é para salvar 1 bilhão de hectares de terras da desertificação
A desertificação do solo do planeta já atinge cerca de 40% da superfície terrestre que não é coberta por gelo. É o que aponta as informações divulgadas durante a 15ª sessão da Conferência das Partes, da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), que acontece na capita da Costa do Marfim, Abidjan, desde a 2ªfeira (9.mai).
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Os representantes da Organização das Nações Unidas discutem o tema 'Terra. Vida. Legado: Da escassez à prosperidade', que tem o objetivo é debater soluções para salvar 1 bilhão de hectares de terras da seca.
Os casos mais graves de desertificação estão no extremo leste da África, com 10 milhões de crianças em grave risco. A região vive a pior seca em 40 anos.
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, ressaltou que a pandemia do coronavírus trouxe um gasto de R$ 12 trilhões e teve um grande peso nos governos. Além disso, ela ressaltou que a guerra na Ucrânia também atrapalhou a alimentação, o desenvolvimento e finanças de 1,7 bilhão de habitantes ao redor do mundo.
Para que o futuro seja mais inclusivo e igualitário, a representante da ONU defende mais investimentos contra a desertificação, principalmente para os países mais vulneráveis à seca. "Os fundos que serão investidos para controlar a desertificação e a seca têm que ser destinados diretamente aos países que realmente necessitam da ajuda", defende Amina.
O presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, relatou que o mundo não pode tolerar que a desertificação ocorra, pois a seca tem ligação direta com a perda da biodiversidade, mudanças climáticas, além do surgimento de novas doenças.
A conferência irá debater a restauração de 1 bilhão de hectares entre esse ano e 2030, e o evento pretende fazer um chamado global para que os benefícios do cuidado com as terras cheguem para as gerações presentes e futuras.
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