Talibã decreta que mulheres devem consentir com casamento no Afeganistão
Uniões forçadas estão proibidas e regras deverão ser cumpridas por tribunais e centros religiosos
O governo Talibã no Afeganistão publicou, nesta 6ª feira (3.dez), um decreto que exige o consentimento das mulheres para casamentos realizados no país. Segundo anunciado, as mulheres não devem ser consideradas como "propriedade", mas, sim, como um ser humano livre.
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"Uma mulher não é uma propriedade, mas um ser humano nobre e livre; ninguém pode dá-la a ninguém em troca de paz ou para acabar com a animosidade", disse o porta-voz Zabihillah Muhajid. Agora, os tribunais e centros religiosos deverão levar em consideração as novas regras, que proíbem o casamento forçado e determinam que as viúvas tenham parte da propriedade do marido falecido.
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Apesar das mudanças, o Talibã ainda não divulgou informações sobre a possibilidades das mulheres estudarem ou trabalharem fora de casa, o que vem gerando uma grande preocupação das afegãs, bem como da comunidade internacional. Em setembro, os representantes do novo governo anunciaram o acesso do grupo feminino à universidades, mas com salas de aulas segregadas por gênero e de acordo com o código de vestimenta islâmico. A medida, no entanto, foi imposta apenas em algumas províncias.
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Desde que o grupo extremista tomou o poder do Afeganistão, em 15 de agosto deste ano, o país vem sofrendo com crises humanitárias e econômicas. Dados de agências relacionadas a Organização das Nações Unidas (ONU) relatam o crescimento de refugiados que, decorrente do fechamento da maioria das fronteiras, estão procurando ajuda de contrabandistas para ingressarem em outros países.
